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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

bike em salvador

oe. agora que retomei a PEDALADA em salvador city gostaria de tecer alguns comentários sobre; primeiro saliento que estou andando somente em vias apropriadas, no geral, AKA ciclovias. infelizmente a terrinha só oferece ciclovia no sentido itapuã-piatã-lauro de freitas-hell. quem quiser pedalar sentido ondina-barra vá por sua conta, risco e pela pista, claro (lembro sempre que é proibido pedalar em calçadas e também certas calçadas do rio vermelho e de ondina são tão ESTREITAS que só artista pra pedalar ali supondo existência de PEDESTRES). pretendo me aventurar no meio dos carros em breve, quando passar para o nível dois.

no momento ainda estou me familiarizando com uma bike grande e pesada e retomando o ritmo - zero de preparo anyways. nada melhor que uma cicloviazinha para dar uma força nesse processo, né? vamos lá.

parte 1:: PITUBAVILLE

começo a minha pedalada quase no início da ciclovia em si (um pouco depois do ponto das baianas em amaralina). esse pedaço do princípio só tem um FAIL que é o fato de interromperem a ciclovia por conta de um ponto de ônibus em frente a um desses flats. não sei porque não puxaram por trás, como fizeram com os outros, mas sempre tenho que descer e arrastar a bike porque tem muita gente e tal. de resto, é um trecho sussa, plano e bem pavimentado.

parte 2:: COSTA AZUL

na transição entre as duas partes, a ciclovia simplesmente para. na região onde ficava o clube português, construiram uma praça e não se deram ao trabalho de fazer acesso para ciclistas (a praça tem dois níveis separados por ESCADINHA). esse é o único pedaço em que pedalo na calçada, até porque é bem larga e não é de pedra portuguesa (kkk), é bem gostosinha de andar de bike. parece até mesmo PROPOSITAL. é verdade que depois do parque (o lado perto do mar faz parte do parque costa azul também? anyways)é exatamente o pedaço onde a prefeitura está empacada agora (só no meu ponto de ônibus foram uns 3 anos, abs) e tem trechos de trânsito PRECÁRIO. e também é o lugar com mais pedestre CLUELESS, acho que porque tem mais ESTUDANTES.

parte 3:: JARDIM DE ALAH

pior parte evah. não sei em termos técnicos, mas a pavimentação ali é diferente. não é aquela tradicional ciclovia cor sabre; parece asfalto, mas pedalar ali é bem mais pesado que no próprio asfalto. enfim, não sei se é minha bike, mas às vezes parece que vou PARAR, enfim, uó. fora que essa ciclovia tem um desnível que implica numa ladeirinha que é FATAL na volta (sempre desço e empurro, porque subir ladeira sem marcha NOT). sempre pedalo à direita (não sei pq, mas noto que as pessoas meio que fazem o mesmo) e quando estou voltando pra casa via jardim de alah, to cansada, vampirizada, subo a ladeirinha andando e aí entro naquela ciclovia maldita que é uma CALÇADA, a rigor, e morro de medo de me atrapalhar e ir parar na frente de um carro aka MORRER. quer dizer, no trecho seguinte, rumo ao aeroclube, andamos lado a lado dos carros também, mas pelo menos é no mesmo NÍVEL e separado por aqueles tijolinhos amarelos (sorry, não sei o nome). enfim, não curto muito esse pedaço.

parte 4:: aeroclube

SUBLIME. é verdade que não gosto de pedalar ao lado dos carros na ciclovia e tals, mas quando você chega lá pelso fundos do aero começa a melhor parte so far da minha pedalada. você se afasta mais das vias, da fumaça e dos barulhos. n'um primeiro momento, é só ciclista, passante & o mar. depois fica ainda melhor, no caminho embrenhado que é só para ciclistas. não se ouve a cidade, em alguns pontos sequer é possível ver a pista. BUCOLICO kk. true fato que geralmente tem alguém por ali e a configuração do lugar faz a luzinha da CILADA acender no cérebro, mas, well, quem tem medo não vive. e tem um postinho vagabundo da guarda municipal logo na saída. sou/adoro/eterna. tem uma pista para bikecross ABANDONADA no meio e tudo.

parte 4:: clube do bahia e região

uma pedalada ok. nessa hora o corpo já embalou, a ciclovia é quase toda boa (pequeno trecho similar à do jardim de alah), muita gente jogando bola e afins. um punhado de surfistas perdidos.

só pedalei até o início de itapuã, quando comecei a pensar na volta e também já começa a escurecer (not ready yet) e tomo o rumo de casa. quase tudo piora na volta, claro. as pernas já querem um tempo, todo mundo na rua já tem cara de TRABALHO etc. um pedaço que fica mais gostoso é no costa azul, porque só pego a ciclovia na ida geralmente quando entro no parque (porque a "entrada" da ciclovia é uma ladeirinha armengada ligada à calçada). na volta, a ciclovia se integra ao parque sussa e volto por ela sempre. fica abaixo da calçada, então também não vemos os carros e até ouvimos bem menos (o barulho do mar ao lado bem mais forte) e sempre tem coisas INSÓLITAS naquela prainha à beira do clube português. hoje tinha uns 4 homens lavando meia dúzia de cavalos. sempre acho cavalo na cidade um anacronismo, por mais PMs montados que eu veja, por mais calvagadas na ladeira da barra que presencie (ok, só foi uma vez, mas sei que rola sempre).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

*porque é tão difícil para motoristas e ciclistas entenderem que a prioridade sempre será dos pedestres? diz a lei de trânsito (para vias compartilhadas) e diz o BOM SENSO. mesmo que o pedestre seja sem noção e esteja errado, um choque sempre vai ser pior para ele. etc. dito isso, o que tem de pedestre sem noção realmente é fogo. primeiro que em pontos com a)calçada e b)ciclovia é incompreensível tanta gente vagar pela ciclovia. para o pedestre pode não fazer tanta diferença, ta só caminhando, mas para quem pedala é uó. alguns andam tipo NO MEIO, atrapalhando até ultrapassar. nas vias compartilhadas também podia rolar mais compreensão, mas volta e meia o ciclista tem que se jogar para algum ponto pior para desviar e tal. ok. faz meio que parte da PUTARIA DO TRÂNSITO, todo mundo circulando por tudo que é canto e o pior, sem bom senso. quando eu pedalo naquele trecho da calçada eu sei que se SURGIR UMA PESSOA DO CHÃO, a culpa de um choque sempre será minha. ando no maior cuidado e tudo.

no mais, hoje estava voltando para casa, já no TRANSITO, e pego várias rotatórias para chegar. deus sabe que odeio rotatórias. todo mundo fura todo mundo, todo mundo quer ser esperto e desviar etc. um senhor de uns 50 anos, pedestre, falou para eu passar (tinha parado para esperar que ele atravessasse), mas duas pedaladas depois parei porque vinha um carro e é claro que não vou ME JOGAR para ver se o carro para - e ele diminuiu mas não parou abs. as rotatórias são tensas pq os pedestres também estão tensos e ficam superatentos aos carros e jamais vão ver que vem uma bicicleta ali por trás etc. sempre vou diminuindo, me desviando de gente, de carros, da porra toda. HELL.

ALEATORIEDADES

*sobre as pessoas na ciclovia: claro que existem mais pedestres que ciclistas. muita gente ANDANDO, CORRENDO etc. é tipo uma febre de saúde hoje em dia. esses corredores são muito variados. sempre tem um punhado de meninas que decide "ir caminhar" com as amigas e tem aquelas caras de que não fazem isso rotineiramente; tem os clueless e tem os ATLETAS, gente malhada, com roupas apropriadas, ipod no braço etc. nos ciclistas é meio assim também. gente clueless como eu, os true ciclistas aparamentados (poucos) e a massa sobre as magrelas, que, sem preconceitos social, são os homens de classa baixa na faixa dos 20-40 anos, que pisam DI CUM FORÇA. muitos desses passam por mim nos momentos em que estou QUASE PARANDO e lançam uma palavra de incentivo mix bulin (leitura fica a critério do freguês).

*playlist - estava andando sem música, mas hoje fiz o teste e foi mais ou menos. botei no shuffle da minha playlist de músicas preferidas do ipod e ainda assim a seleção foi UÓ. dica do unvierso para não repetir? pq não é bom para o fôlego cantar, como faço invariavelmente e tal. pontos altos: your hand in mine, que EMBELEZA TUDO, e a menina scout (BIG BAD MAN, I'M GONNA COOK YOU SOME REEEAL FOOOD).

ABS.
paz

terça-feira, 28 de abril de 2009

I started running, and the concrete turned to sand
I started running, and things didn't pan out as planned

In case things go poorly and I not return
Remember the good things I've done

terça-feira, 17 de março de 2009

salvador - rio

eu pensei que 28h de viagem iriam ajudar a cair a ficha da mudança, mas não. o tempo inteiro apenas me sentia em transição, seguindo ao rio, e me entretendo com a própria mudança. no mais, só tristeza de perceber minha mãe chorando toda vez que falei com ela.

e agora só eu que me sinto de coração partido por estar tão longe da minha família. estou ok - todos são legais, o local é bom, já tenho internet!, tudo certo. mas sinto tanta saudade só de pensar em minha mãe, principalmente, e minha irmã, que fico me perguntando o que eu tô fazendo aqui, desempregada e tudo...

oh, deus... espero que vá passar, acredito que vá passar, mas que estou me sentindo blue.

domingo, 26 de agosto de 2007

making of


Durante minha primeira infância, vivi no Itaigara. Morava lá, estudava lá, brincava lá. Aos 7 anos me mudei para a Pituba, onde vivo até o dia de hoje, nos limites de Amaralina. Sou o que se chama pejorativamente de “menina de play”, com o espaço para brincadeiras bem delimitado no cotidiano. Nunca tive problemas com isso; gostava moderadamente de brincar de polícia e ladrão, bandeirinha, esconde-esconde na garagem, mas desde cedo minha individualidade se destacava em relação à minha sociabilidade. Eu era uma criança que gostava de ler, algo que é essencialmente solitário. Casualmente, às vezes, ia para Lauro de Freitas, onde um tio tinha uma casa e onde, inesperadamente, gozava do prazer de subir em árvores, algo que me acompanhou vida afora. Meus avós paternos toda a vida viveram em Mont Serrat, mas lá para mim era mais uma casa, numa ladeirinha estreita, do que um exuberante e charmoso bairro (até hoje me choco quando o carro vira no sopé da ladeira e ali está uma praia, bonita, pulsante, um campo de futebol cheio gente, um barulho insuspeito 100m acima). Tomar um sorvete por ali era exceção, a regra era ficar confinada na casa, solidamente sem graça e atrativos para uma criança.

Não pensava muito nisso até entrar na faculdade, quando fui levada a crer que morar na Pituba Não É Bom O Bastante; que sou uma “pitubinha” e, sim, burguesa (ainda usam esse termo sem o devido contexto histórico).

Entendo o rancor daqueles que se criam ouvindo que moram longe. No colegial tinha uma amiga que vivia na Ribeira: fui lá somente uma vez, viagem traumática sobre a roda de um ônibus, aparentemente interminável e, no final, era só uma casa em um bairro. Eu particularmente nunca ajudei muito a derrubar o estereótipo de “jovem alienada que acha que o mundo acaba na Barra”; a junção do puro desinteresse, minha pouca vontade de sair de casa e uma incrível inabilidade geográfica conspiraram pra que realmente eu me tornasse o que sou hoje, uma ignorante, no geral, da cidade de Salvador.

A Pituba me acostumou mal: tem todos os bancos que eu possa precisar (na realidade, em uma única avenida!), farmácia, médico, escola, um ponto de ônibus acessível e de fácil trânsito. Seu planejamento regular, com transversais e paralelas, torna fácil até mesmo para mim não perder a referência e, em última instância, não me perder. Percebi enquanto caminhava pelo Bonfim que realmente a pessoa tem que ser nem que seja um pouco mais safa do que eu pra se virar naquelas ruas tortas. Sou pajeada por padarias de bairro e uma filial da maior da cidade; um Bompreço em frente à minha casa, que anos depois foi, surrealmente, incrementado com um Bob’s. Tem algumas lojas de roupas espalhadas por pequenos shoppings ordinários, um teatro ao qual nunca fui, uma simpática igreja, algumas praças, pelo menos dois sebos, uma loja de mídias com bons preços a uma caminhada de 10 minutos, uma papelaria, uma boa banca. Duas livrarias (Cultura e Civilização Brasileira) e, lá na ponta, a mega store Nobel (tem uma parte para lanches, filmes, revistas, discos e livros, divisão que acaba por dificultar que se tenha qualidade em algo, mas pelo menos as promoções para locar temporadas de seriados são boas). Tem a GPW também, que apesar de cara é a mais completa vídeolocadora da cidade. Para escapar dela, pode-se cadastrar em uma “locadora de bairro”; tem duas bem perto de mim, meu irmão se cadastrou recentemente e ta fazendo a festa. Já ia esquecendo, para quem gosta tem barzinho, caranguejo, clube de strip etc etc. Cada um se diverte como pode, né?

Tudo isso é infra-estrutura. Não fala nada sobre o “clima” do bairro. Dizem que não tem alma, que é insosso, cheio de boyzinho. O que posso dizer? Cada um com o zeitgeist (sei que é para época!) que merece. Realmente, a Pituba, apesar de toda essa vantagem na frente de todo e qualquer outro bairro do mundo (vivo aqui há uns 14 anos), não é nem o meu lugar favorito (prefiro o Campo Grande e a Praça da Sé). Mas não posso evitar de pensar, sempre que to chegando em casa, quando passo pela somed e viro à direita, e vejo toda a rua amazonas se estendendo diante de mim, ladeada por amendoeiras que dão uma sombra gostosa, com um ventinho fresco batendo e certa tranqüilidade, bem, não posso evitar de pensar como minha rua é aprazível. Talvez não arrebate, como arrebata tomar um sorvete do lado do Elevador Lacerda, vendo a Baía de Todos os Santos. Não é turístico, mas aprazível é bom (e não é sem graça). Não entendo tanta má vontade com um bairro que tem uma das arborizações mais simpáticas da cidade (sim). Isso me chocou muito cedo na vida adulta, despertando até certo bairrismo já derrotado dentro de mim.

Para a classe média, nada. No fundo parece que esse é o problema. Reconheço que tem muito patricinha e mauricinho no bairro. E daí? A diversão na Pituba tem esse ranço de classe média metida a besta, não tem o charme do Rio Vermelho, a suposta classe da Barra. Esse é o aspecto que eu menos ligo, bjs. Não quero saber de casa de show, de bar, de nada disso. Entrei num barzinho desses uma vez e odiei. Mas acho bom caminhar toda a rua amazonas até chegar à sorveteria amaralina e ficar sentado na praça diante dela, tomando sorvete de brigadeiro e vendo crianças correndo atrás de pombos, um beagle alma gêmea de Daphne, e um apartamento simpático que me lembrou a casa do Gene Kelly em Um Americano Em Paris.

Fui levada a crer que a baianidade desse bairro é quase nula, que tudo aqui é um arremedo. Roots mesmo é cidade baixa, comércio, centro. Entrevistar velhinhos cheios de lembranças, enaltecer como esses bairros antigos são ternos, com moradores solidários e alma de cidade do interior. Falar que casa é melhor que apartamento. Perfilar o Bonfim tudo bem, a Pituba é heresia. Eu não ligo, eu sinceramente não ligo, pro que Milton Santos disse – eu gosto de árvores, de praças, de jardins, de prédios sem pastilhas (infelizmente o meu tem, aliás, meu prédio é bem feio), de velhinhas indo pra igreja, de um mar que se oferece fácil no horizonte e, sim, de facilidades.

post scriptum: é Sinfonia de Paris porra! Sempre penso no nome em inglês, por conta disso já me ofereceram LOBISOMEM AMERICANO EM PARIS na locadora.

domingo, 27 de maio de 2007

conhecer o shopping novo da cidade é de um provincianismo sem tamanho. como fui cair nessa pegadinha? bem, no fundo do túnel havia a possibilidade de conhecer a nova mega livraria, então embarquei no carro com minha mãe, uma tia e uma prima, até um pouco satisfeita porque estava quase babando de não fazer nada no pc e porque hoje, de certa maneira, virava menos domingo quando eu lembrava que não tenho aula amanhã.

por fora, o shopping me lembrou algo que ainda não sei bem. tem algumas árvores similares a coqueiros, fiquei pensando se seriam os shopping de l.a. (não, nunca fui, apenas assisti litrus "as patricinhas de beverly hills"), mas aqueles shoppings eram umas caixinhas pequenas, todos pareciam mais boulevars, e esse shopping salvador é grande. faz bom uso da luz, pois as divisórias são de vidros e fora o primeiro piso, os outros dois de cima são "vazados", apenas corredores dos dois lados. o térreo é bem espaçoso, arejado. todos têm um quê de tropical, o símbolo do shopping é bem colorido, e destoa na manga dos seguranças, com carrancas sóbrias.

não tem muitas novidades. muitas lojas iguais, nas quais entrei com minha família apenas para ouvir comentários sobre se eram maiores ou menores que as dos outros shoppings (geralmente, maiores). a ricardo eletros continua tão feia e agressiva como sempre. tem bob's, mcdonald's e burguer king (que está na parte do shopping - 25%, dizem - que abre em junho) juntinhos. mcdonnald's que me proporcionou deprimentes 40 minutos (uns 35, vai) de fila, tudo por conta: a) realmente tinha gente pra caralho em todas lanchonetes/restaurentes/becos e b) um novo método de atendimento, em que você pega uma fila para pagar e depois outra, coladinha (realmente coladinha) à que você estava antes, para pegar o lanche. isso gerou muitas confusões, com pessoas em filas erradas, lerdeza (a fila de pedidos sempre vai andar mais rápido, isso é óbvio...), reclamações... e eles só avisavam da outra fila depois que você pagava, e ai, tchanrans, olhei pro lado e PQP mil pessoas na fila. fiquei lá, ouvindo as pessoas reclamarem com as atendentes com cara de adolescentes, espremida entre uma mulher mal-humorada-gigante (devia ter mais de 1,80 e atrapalhava minha visão dos movimentos lá da frente, quando eu tentava assuntar o que estava lerdando tanto... essas coisas que a gente faz em fila) e os peitos de uma outra, vou te dizer, essa menina ficou com os peitos colados nas minhas costas o tempo todo (e bombástico: estava de decote). estava tão deprimente e cansativo (isso foi depois de caminhar loucamente pelo shopping) que comecei a ceder aos comentários de reclamação que eu geralmente ignoro. é típico de filas e de maus atendimentos, uns resmungam daqui, outros respondem dali... fraquejei. quando chego na beira do balcão, a moça me informa que estão FAZENDO meu mcfish (o ponto não era dar mais tempo pra eles? pegando outra fila gigantesca?) e que não tem coca-cola. nessa hora fraquejei de novo, soltei um risinho nervoso: COMO ASSIM O MCDONALDS NAO TEM COCA-COLA? realmente me parecia um contrasenso. a mulher deu de ombros, perguntei o que tinha, fanta e guaraná, optei pelo último.

voltei para a mesa, arrasada, com meu lanche e de minha tia. só para descobrir que minha prima ainda não tinha voltado da pizzaria onde foi comprar o lanche de minha mãe. era a porra do shopping que estava apinhado, mesmo. na hora de comer, minha tia reclamou que o sanduíche dela estava frio (deve ter esfriado enquanto faziam o meu) e com uma cara feia - verdade - e constatei que ou o guaraná era pior do que me lembrava (não tomo muito) ou aquilo não era guaraná. gastei alguns minutos tecendo considerações sobre a possibilidade da mcdonnalds vender guaraná antartica falsificado (realmente, eles não trabalhavam só com kuat???), desisti de pensar e de beber. decidimos ir embora.

a única coisa que me fará ir a este shopping escroto (muito ruim pra ir de ônibus, tem que pegar passarela num caminho escuro) realmente é a saraiva. mais bonita e sortida que a siciliano, vende new yorker, até a parte de cd's é um pouco interessante, ainda mais aqui em salvador (apesar de cara como sempre, mas isso já é um lugar comum, dizer que os cds estão caros). assim que entrei vi o daniel galera em destaque (nada como um filme, ein, minha gente?), na primeira passada de olho na parte de literatura estrangeira vi a nicole krauss (carreguei o caminho todo até desistir de comprar) e vende a new yorker. ia comprar a mais atual, demorei um tempo decidindo, fui com ela ao caixa e PAN: desisti. não dava, gente demais, e eu estava muito ansiosa depois de passar um tempo decidindo se levaria a revista e qual levaria. larguei lá e sai de mãos abanando, para choque de todos. e estou seriamente tentada a voltar amanhã só para pegar a new yorker. segunda de manhã todas as pessoas que estavam lá estão trabalhando, né? ou no colégio... o lugar estava indecentemente cheio de grávidas, crianças e bebês de colo. dava um pouco de pânico olhar de um corredorzinho pro outro, lá do outro lado, e ver aquela massa de gente... "como está cheio daquele lado", pensei. depois, quando colocava em prática o esporte do dia, me desviar de carrinhos de bebê, de gente lerda ou gente nem tão lerda, tentar aproveitar todos os vácuos, notei que o meu lado devia estar tão cheio quanto. ao descer as escadas rolantes, tendo uma visão panorâmica daquele mar de gente, senti uma pontada de ansiedade, mas um pouco de divertimento; toda a cidade está aqui, que coisa tosca. mas não era toda a cidade. a maioria das pessoas tinha cara de classe média-baixa, e no geral achei o "público" muito estranho. umas caras diferentes, hahahaha.

sai de lá com minha mãe dizendo que prefere o iguatemi, que o novo é muito cheio e não tem nada de demais. (pontos positivos do iguatemi: fora o primeiro piso, os outros são transitáveis, no geral. no shopping novo é o inverso; tem uma banca, razoavelmente boa; tem as americanas).

e as previsões para quando abrirem o cinema se tornaram macabras.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

tergiversando sobre a cidade - salvador e fatboy slim

já disse a thiago e o repito aqui: se por algum acaso eu tenha que morar em salvador no futuro, quero morar no campo grande.

eu adoro o campo grande. ponto. gosto da mistura de prédios antigos, prédios anos 80 vulgares e alguns novos "de luxo". adoro as árvores. adoro a praça. adoro as pessoas. é bem localizado, de fácil acesso, perto do tca, do vila velha (aquela que vai ao teatro diz); tem até a sala de arte do museu perto.

hoje tive que ir à reitoria, que fica no canela, para entregar um relatório. peguei um ônibus para descer no tca e caminhar até lá. péssima que sou para questões espaço-temporais, e ainda entretida com o mp3, cheguei ao campo grande de supetão. sempre que pego um ônibus que não seja meu usual, pituba-ondina, tenho que saber um ponto de referência e fico esperando que ele apareça, e de repente vejo o tca ali do lado e dou um pulo da cadeira... estava a pouco no colégio antônio vieira (garcia? onde é aquilo?) e não tinha idéia se era perto ou longe... uma senhora me cutucou para perguntar se o campo grande estava perto e eu não tinha idéia... fiquei até constrangida quando vi que, na real, já estávamos na iminência de cair no bairro, e assim foi. quando botei meu pé pra fora do ônibus, começou a tocar fatboy slim, the rockafeller skank. a música terminou exatamente quando acabei de subir as escadas da reitoria e cheguei à recepção, 6:54 minutos nos quais peguei o caminho mais longo por distração, apaixonada pelas árvores antigas do campo grande e fascinada com como fatboy slim combina com salvador. eu já tinha pensado nisso quando estava no ônibus indo para casa, passando por ondina, e vi um rapaz se aquecendo na praia, de sunga, e ele parecia tão no ritmo da música. os gestos casuais e as expressões da pessoa se adequam de maneira vívida ao som. claro que sempre que ando na rua ouvindo música fica parecendo vida com trilha sonora, mas sinceramente, com fatboy slim é diferente! ele está certo, venha sempre pra salvador, pro carnaval, combina mesmo, avibe é essa (odeio a palavra vibe)

enfim, entreguei o relatório e saí de lá me sentindo muito tranqüila, serena, já completamente calma e diferente de ontem. pensei: por que voltar pra casa agora, vou passear um pouco no campo grande. fiquei na praça ouvindo música e lendo um pouco. na hora que ia saindo e passei pelo parquinho onde as crianças brincavam, começou a tocar carla bruni e achei que combinava perfeitamente também.

a praça não é nada de demais, mas é agradável. lembrei de uma praça que vi em bh, só que essa era mais superlativa, a praça do campo grande é meio tímida, cheia de pombos e velhinhos, casais de namorado e crianças. voltei a pensar em bh quando voltava para casa, pensando naqueles bairros da orla (a beleza turística da barra, a "boemia" do rio vermelho - conheço só a faixa de fora, existe dentro? - a ordinariedade total de ondina, existe algum bairro mais ordinário, pequeno, caído?). gostei muito de belo horizonte, mas sempre me atordoava saber que não havia mar, não importando para que lado se olhava. a idéia de morar longe do mar me incomoda. não tem nada a ver com não gostar de praia.

quando saí da praça, pensei se ia para esquerda ou para direita, achei que pela direita ia parar em lugares longes, a esquerda não estava atinando onde ia dar, escolhi a esquerda. fui cair no corredor da vitória, vi o mar e fiquei perplexa (o mar não era atrás??), começou a tocar aqualung e achei deprimente ficar ali esperando o ônibus vendo esses prédios over de gente rica (e nem sabia de qual dos lados deveria pegar ônibus). mas adoro as árvores anyway! fui andando esperando chegar em um canto que não fosse a vitória e aí aconteceu algo que detesto: descobri que estava no lado contrário. sabe quando você anda imaginando que está indo num sentido, que tal coisa é de tal lado, sei lá, é meio estranho explicar... mas quando vi o cinema do museu minha cabeça deu um nó, porque era para estar do outro lado da rua... estava caminhando ao contrário do que imaginava. o lado bom disso foi que aí notei que estava indo para barra, ia pegar qualquer ônibus que me deixaria em casa depois de passear pela orla, que foi o que aconteceu. ainda estava meio em dúvida quando peguei o ônibus, mas quando passei pela ladeira da barra e vi que estava descendo e que a casa de nina, o iate, o cemitério, tudo estava onde deveria estar, relaxei, voltei a ouvir fatboy slim e reparei que tinham duas pessoas bonitas no ônibus, uma moça e um rapaz, os dois de jeans e branco, como eu.

e isso já não quer dizer nada.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

considerações sobre o verão


hoje voltei a dar play à minha vida, ao menos em partes.

e quando voltava da faculdade, mais ou menos às 12:30, solzão, horário de almoço e tals, fiquei contemplando do ônibus a vista para o mar. e aí comecei a reparar: puta merda, quanta gente nessa praia xexelenta de ondina. what the fuck?? pensei, verão, férias, a galera tá curtindo. mas aí comecei a ver gente de farda e me lembrei que os colégios não estão de férias, nem as faculdades particulares e, afinal, trabalho não tira férias assim, pleno fevereiro. seriam os turistas loucos (sábado fui ao shopping barra e reparei que está cheio de gringos que deus sabe o que perderam nessa terra quente e úmida)? mas os turistas ficam ali pela barra. e as pessoas mais classe média/ricas vão pras praias lá de patamares pra cima. em suma, era mais "gente humilde" (ou qualquer eufemismo pra falar que eram pobres sem cair em preconceito social). até no trechinho da praia do rio vermelho que não tem pescadores (próxima ao ex miss modular) estava cheio de gente. ressalto que são todas praia horríveis, cheias de pedra e todas com um esgoto a céu aberto (ondina, rio vermelho, amaralina e pituba). amaralina creio que é a melhorzinha por ter uma faixa de areia maior e, com isso, se afastar do asfalto. mas não tomaria banho lá, rs. quando vi gente na praia da pituba, perto da minha casa, conclui que é esse calor pós aquecimento global que está enlouquecendo as pessoas. contei no ônibus os 10 primeiros homens e 7 estavam sem camisa. das mulheres, imperavam vestidos e saias, duas usavam biquini e saída de banho.

perto da obra de "revitalização da orla" havia uma cisterna cheia d'água com três meninos de menos de 5 anos se banhando nas águas sujas. nesse momento, chequei pra conferir senão havia ninguém no ônibus sem blusa ou apenas de sunga (recorrente) - não tinha.

esses são os sinais do verão, afinal. por todo canto vendedor de água de coco, água, picolé, sorvete, caldo de cana; quase não resisti ao caldo de cana, mas me lembrei que ia pra casa almoçar e deixei pra lá.

meu manual de sobrevivência no verão é: evitar sair de casa, em primeiro lugar. ficar em casa de trajes sumários e ridículos, tais como shortinhos, top, tudo isso embaixo do ventilador (ou ar condicionado, se possível), tomando muito líquido e pelo menos dois banhos por dia. se tiver que sair de casa, o óbvio, use tons claros. se suportar, vai de havaianas, bermuda, camiseta, se for homem sem blusa... tudo tá liberado. eu não suporto, fico penando de jeans e tênis, chego em casa morta de calor nos pés... agora, por favor, bota a camisa antes de entrar no buzu, camon.