domingo, 13 de agosto de 2006

silêncio de fim de domingo, de gente cochilando um pouco, a escuridão chegando e deixando o céu com tons pastéis que vão ficando mais e mais escuros... minhas férias estão acabando. a casa está em paz, algumas crianças gritam no prédio dos fundos, mas não aquela gritaria desesperada e enervante que costuma ocorrer, é mais suave. as luzes estão quase todas apagadas e ando me batendo um pouco. a cidade parece adormecida. tudo calmo.
menos eu.
menos eu, que dei um passo e agora fico ansiosa pela repercussão. agora, eu queria desesperadamente alguém pra conversar... só pro tempo correr mais rápido e mais fluido, porque estou aqui trocando de páginas na internet, às vezes ouvindo uma música, e esperando muito que algo aconteça – chegando às raias do insuportável. estou me sentindo em alerta, e nem sei por que e pra que, com certeza. ontem ou anteontem, quando fui dormir, veio uma imagem na minha mente de uma gota d’água que está pra cair. ela fica ali, esticando, estendendo, até que uma hora cai. e eu estava (e estou) me sentindo assim, na iminência de cair.
eu comecei a puxar uns papos sem sentido no msn, pra puramente jogar conversa fora mesmo, mas de repente todo mundo com quem eu poderia fazer isso sumiu. sobraram aquelas pessoas que você nem sabe direito de onde saíram e que costumam fazer o jogo do “ignorando-se mutuamente” com você – sempre com sucesso. deletei essas pessoas com um pouco de ódio (ps-estou digitando no word, que não conhece a palavra “deletei”, não aceita essa absorção de expressões do inglês na língua portuguesa, além de, chocantemente, não conhecer a palavra word, assim, com minúscula... fim da digressão).
nesse ano, logo no início do primeiro semestre (lá pra março, abril), eu fiquei tipo algumas semanas me sentindo assim, como se algo fosse acontecer, que era só relaxar e parar de pensar que ia acontecer, um algo que eu nem sei o que é, se é bom ou ruim. é uma sensação estranha, como um fio esticando, e eu me lembro de andar conversando e sentindo isso e parecia que nada mais tinha sentido – as conversas, as atividades, as pessoas, porque o fio ia esticar e partir, eventualmente.
agora meu pai veio pra cozinha, está fazendo café e ouvindo o jogo do vitória, e pelo menos parece que tem mais alguém vivo no mundo. e eu adoro esse cheirinho de café.
continuo me sentindo ansiosa, sem razão, e um pouco deprimida de pensar na volta às aulas amanhã.
mas é aquilo, faça a coisa certa.