domingo, 27 de maio de 2007

conhecer o shopping novo da cidade é de um provincianismo sem tamanho. como fui cair nessa pegadinha? bem, no fundo do túnel havia a possibilidade de conhecer a nova mega livraria, então embarquei no carro com minha mãe, uma tia e uma prima, até um pouco satisfeita porque estava quase babando de não fazer nada no pc e porque hoje, de certa maneira, virava menos domingo quando eu lembrava que não tenho aula amanhã.

por fora, o shopping me lembrou algo que ainda não sei bem. tem algumas árvores similares a coqueiros, fiquei pensando se seriam os shopping de l.a. (não, nunca fui, apenas assisti litrus "as patricinhas de beverly hills"), mas aqueles shoppings eram umas caixinhas pequenas, todos pareciam mais boulevars, e esse shopping salvador é grande. faz bom uso da luz, pois as divisórias são de vidros e fora o primeiro piso, os outros dois de cima são "vazados", apenas corredores dos dois lados. o térreo é bem espaçoso, arejado. todos têm um quê de tropical, o símbolo do shopping é bem colorido, e destoa na manga dos seguranças, com carrancas sóbrias.

não tem muitas novidades. muitas lojas iguais, nas quais entrei com minha família apenas para ouvir comentários sobre se eram maiores ou menores que as dos outros shoppings (geralmente, maiores). a ricardo eletros continua tão feia e agressiva como sempre. tem bob's, mcdonald's e burguer king (que está na parte do shopping - 25%, dizem - que abre em junho) juntinhos. mcdonnald's que me proporcionou deprimentes 40 minutos (uns 35, vai) de fila, tudo por conta: a) realmente tinha gente pra caralho em todas lanchonetes/restaurentes/becos e b) um novo método de atendimento, em que você pega uma fila para pagar e depois outra, coladinha (realmente coladinha) à que você estava antes, para pegar o lanche. isso gerou muitas confusões, com pessoas em filas erradas, lerdeza (a fila de pedidos sempre vai andar mais rápido, isso é óbvio...), reclamações... e eles só avisavam da outra fila depois que você pagava, e ai, tchanrans, olhei pro lado e PQP mil pessoas na fila. fiquei lá, ouvindo as pessoas reclamarem com as atendentes com cara de adolescentes, espremida entre uma mulher mal-humorada-gigante (devia ter mais de 1,80 e atrapalhava minha visão dos movimentos lá da frente, quando eu tentava assuntar o que estava lerdando tanto... essas coisas que a gente faz em fila) e os peitos de uma outra, vou te dizer, essa menina ficou com os peitos colados nas minhas costas o tempo todo (e bombástico: estava de decote). estava tão deprimente e cansativo (isso foi depois de caminhar loucamente pelo shopping) que comecei a ceder aos comentários de reclamação que eu geralmente ignoro. é típico de filas e de maus atendimentos, uns resmungam daqui, outros respondem dali... fraquejei. quando chego na beira do balcão, a moça me informa que estão FAZENDO meu mcfish (o ponto não era dar mais tempo pra eles? pegando outra fila gigantesca?) e que não tem coca-cola. nessa hora fraquejei de novo, soltei um risinho nervoso: COMO ASSIM O MCDONALDS NAO TEM COCA-COLA? realmente me parecia um contrasenso. a mulher deu de ombros, perguntei o que tinha, fanta e guaraná, optei pelo último.

voltei para a mesa, arrasada, com meu lanche e de minha tia. só para descobrir que minha prima ainda não tinha voltado da pizzaria onde foi comprar o lanche de minha mãe. era a porra do shopping que estava apinhado, mesmo. na hora de comer, minha tia reclamou que o sanduíche dela estava frio (deve ter esfriado enquanto faziam o meu) e com uma cara feia - verdade - e constatei que ou o guaraná era pior do que me lembrava (não tomo muito) ou aquilo não era guaraná. gastei alguns minutos tecendo considerações sobre a possibilidade da mcdonnalds vender guaraná antartica falsificado (realmente, eles não trabalhavam só com kuat???), desisti de pensar e de beber. decidimos ir embora.

a única coisa que me fará ir a este shopping escroto (muito ruim pra ir de ônibus, tem que pegar passarela num caminho escuro) realmente é a saraiva. mais bonita e sortida que a siciliano, vende new yorker, até a parte de cd's é um pouco interessante, ainda mais aqui em salvador (apesar de cara como sempre, mas isso já é um lugar comum, dizer que os cds estão caros). assim que entrei vi o daniel galera em destaque (nada como um filme, ein, minha gente?), na primeira passada de olho na parte de literatura estrangeira vi a nicole krauss (carreguei o caminho todo até desistir de comprar) e vende a new yorker. ia comprar a mais atual, demorei um tempo decidindo, fui com ela ao caixa e PAN: desisti. não dava, gente demais, e eu estava muito ansiosa depois de passar um tempo decidindo se levaria a revista e qual levaria. larguei lá e sai de mãos abanando, para choque de todos. e estou seriamente tentada a voltar amanhã só para pegar a new yorker. segunda de manhã todas as pessoas que estavam lá estão trabalhando, né? ou no colégio... o lugar estava indecentemente cheio de grávidas, crianças e bebês de colo. dava um pouco de pânico olhar de um corredorzinho pro outro, lá do outro lado, e ver aquela massa de gente... "como está cheio daquele lado", pensei. depois, quando colocava em prática o esporte do dia, me desviar de carrinhos de bebê, de gente lerda ou gente nem tão lerda, tentar aproveitar todos os vácuos, notei que o meu lado devia estar tão cheio quanto. ao descer as escadas rolantes, tendo uma visão panorâmica daquele mar de gente, senti uma pontada de ansiedade, mas um pouco de divertimento; toda a cidade está aqui, que coisa tosca. mas não era toda a cidade. a maioria das pessoas tinha cara de classe média-baixa, e no geral achei o "público" muito estranho. umas caras diferentes, hahahaha.

sai de lá com minha mãe dizendo que prefere o iguatemi, que o novo é muito cheio e não tem nada de demais. (pontos positivos do iguatemi: fora o primeiro piso, os outros são transitáveis, no geral. no shopping novo é o inverso; tem uma banca, razoavelmente boa; tem as americanas).

e as previsões para quando abrirem o cinema se tornaram macabras.