sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Buh...
Buscando forças pra continuar com isso aqui... Ou acabar de vez. Acho que isso só vai ser possível quando as aulas voltarem.

sábado, 15 de janeiro de 2005

E então eu imaginei que ia viajar e quando voltasse ia impedir que esse torpor me dominasse novamente; ia jogar fora os hábitos sedentários, expulsar de mim essa gordura que amortece minhas idéias, essa letargia que me deixa lenta, pesada. E na verdade agora estou aqui, e tudo é tão exatamente o mesmo: foi somente um interlúdio. Se eu tivesse ido sozinha estaria duvidando de que tinha ocorrido. E todas aquelas sensações, tudo desaparecendo como éter no ar... Efemeridade, isso é o que dói. E todos aqueles sonhos de grandeza que vão morrer dentro de mim, todas as vontades loucas, obssessivas e largadas ao léu. E eu me sentindo cada vez mais presa dentro de mim. Essa prisão que vai acabar me sufocando.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Solidão

Eu posso sair, posso ficar em casa, ver TV com alguém ou apenas me deixar ficar, sozinha, numa cama. Posso até conversar sobre minha solidão com uma pessoa que sinta a mesma aridez na alma que eu, e no entanto nada vai adiantar... Não há meios de transpor esse deserto. Mesmo onde há ânimo, paixão, interesse e concordância, as semelhanças ou diferenças ecoam no vazio.

Cansada de como as coisas parecem tão melancólicas e nostálgicas o tempo todos. E de como eu estou cada vez mais confusa de tão afundada no ócio. Ou será que não? A atividade só me deixa sem tempo, e eu esqueço; quando eu era ginasial, cheia de crises existenciais, considerava isso o oásis: a ignorância. Não ficar triste por não saber o que Will, de Um Grande Garoto, chama de “o sentido”. Ainda tem uma parte de mim que acha isso infinitamente triste, mas a outra parte simplesmente tenta se acostumar com o fato de que realmente não existe “o sentido”.

Finalmente comprei algo da minha lista de comprar desesperadamente necessárias: O Mito de Sísifo. O que esperar de um livro escrito por Camus, o cara que simplesmente inventou o termo agnóstico pra reunir gente como eu debaixo de uma mesma bandeira (ou ausência de), com esse nome remetendo à mitologia grega (Sísifo, o cara que está destinado a subir uma montanha empurrando uma pedra, quando chega no alto a pedra rola pro sopé, e lá vai ele de novo, e assim eternamente. Sabiam das coisas, esses gregos) e cuja primeira frase é “o suicídio é o único problema filosófico realmente sério”? As pessoas pensam em se matar, aí ou se matam ou ficam ruminando coisas, Camus foi lá e escreveu um livro foda. A linha é bem filosófica mesmo, e por isso não dá pra piscar, bem diferente do “Suicídio” de Durkheim, afinal esse aí era sociólogo, e o livro é estatística de lá pra cá (ou seja, muito mala).

E eu ainda não escolhi a linha a seguir na vida. Todo mundo tem um tipo, uma pose, uma posição que adota. Eu to meio que boiando entre várias coisas, fortemente apoiada na desgraça do distanciamento irônico. Eu quero refletir seriamente sobre a ausência de fé em mim (e como posso duvidar de Deus e acreditar em Astrologia?), não é de religião não, é fé mesmo, e sempre, sempre, sempre, tentando me definir.