segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Groupies - Sexo, drogas e rock’n’ roll

Dos bastidores dos shows de rock aos quartos de hotéis, elas entraram para a história como aquelas mulheres que queriam bem mais do que um simples autógrafo de seus ídolos. movidas pelo amor à música e pelo glamour, muitas Não descansavam enquanto não os levavam para a cama.
Elas marcaram a época de ouro do rock’n’roll, nos anos 60 e 70. Cynthia Plaster Caster moldava os pênis dos astros que namorava. Bebe Buell era modelo da Ford e foi demitida da agência ao posar nua para a Playboy e sair namorando uma dúzia de roqueiros dos mais badalados. Cherry Vanilla causou furor ao assumir o caso simultâneo com David e Angie Bowie. Pamela Des Barres era uma ingênua fã de Paul McCartney — como todas as meninas da época — antes de cair na estrada atrás de bandas de rock.

A história de Pamela, Cherry, Bebe e Cynthia, entre tantas outras, poderia ser também a história de Penny Lane, uma simpática loirinha de cabelos cacheados, protagonista do filme Quase Famosos (Almost Famous), há semanas em cartaz na cidade. Em comum entre elas, um termo que andava fora de moda e soa totalmente estranho para quem tem menos de 30 anos ou nunca mergulhou no universo do rock: todas eram groupies.
Mais do que simples fãs, as groupies entraram para a posteridade como aquelas mulheres que queriam bem mais do que um simples autógrafo de seus ídolos: em tempos de muita droga e rock’n’roll, queriam — dar e receber — sexo. Queriam transar — ou pelo menos cultivar uma amizade — com seus músicos preferidos. Pronto: estava cunhado o trinômio que mexeu com a cabeça e o comportamento de várias gerações. Em comum, também a paixão pelo rock e pela badalação em torno de seus ídolos, com quem ficavam dos camarins aos quartos de hotéis.
O termo foi cunhado pela revista Rolling Stones, a bíblia do rock, e logo se tornou pejorativo. As meninas assumiam suas relações com os ídolos, gostavam de colecionar conquistas, mas detestavam o nome groupies.

FILÉ MIGNON

‘‘A música para mim era muito mais do que a admiração de uma menina pelos artistas no palco. Representava liberdade, inspiração e rebelião. Nunca estive à procura de sexo; para mim é a parte mais difícil. Estava à procura de rock and roll.’’ A afirmação podia ser da fictícia Penny Lane do filme, namorada do guitarrista Russel Hammand, da também fictícia banda Stillwater, mas a frase é de uma das groupies mais famosas de todos os tempos. Bebe Buell, mãe da atriz Liv Tyler, era chamada de ‘‘filé mignon do rock’’. Além do cantor Steve Tyler (Aerosmith), pai de Liv, sua lista de conquistas é extensa e inclui Mick Jagger, Iggy Pop, David Bowie, Jimmy Page, Patti Smith, Rod Stewart, Elvis Costello e Stiv Bators. Mas Bebe rejeita o rótulo de groupie.
‘‘É irônico, mas só depois de namorar um roqueiro é que comecei a ser chamada de groupie, o que eu achava engraçado, porque sempre pensei que groupies eram aquelas que não conseguiam namorá-los’’, disse Bebe em entrevista à revista Details, em 1996. Ela se diz uma rock’n’roll girl, espécie de namorada de roqueiro. Quando menina, sonhava em se casar com Mick Jagger. Conseguiu apenas umas transas eventuais.
Em Quase Famosos, a gatinha Penny Lane diz que namora astros porque ‘‘gente famosa é mais interessante’’, respondeu. Bebe Buell concorda: ‘‘É perigoso. É divertido. A vida fica mais interessante quando se acorda todos os dias com uma pessoa que está sempre com o humor diferente’’.



Bebe Buell Modelo nos anos 70, Bebe foi uma das groupies mais conhecidas. viveu com o roqueiro Todd Rundgren. Seu caso mais célebre foi com o cantor Steve Tyler, do Aerosmith. Bebe engravidou e teve Liv, hoje badalada atriz de Hollywood.

Saiba Mais

O que é uma groupie?

O termo groupie foi popularizado nos anos 60 para definir alguém cuja vida social girava em torno de encontros e perseguição a roqueiros. Derivou do inglês group (grupo). Numa tradução livre de groupie, seria algo como enturmada. Hoje, o termo pode ter várias conotações, mas continua significando uma pessoa que persegue algum relacionamento (em geral, sexual, embora nem sempre) com celebridades.

DIFERENÇAS

No imaginário, costuma-se afirmar que groupies são starfuckers, sluts, golddigers ou, simplesmente, prostitutas. Veja as diferenças entre as categorias.

Fãs

Ficam felizes quando se encontram com o ídolo, ganham um beijo, autógrafo, uma foto. Já as groupies querem sempre algo mais e não sossegam enquanto não conseguem.

Starfucker

Tradução livre (e publicável): namorada de astros. É uma subcategoria de groupies que buscam relacionamento sexual apenas com pessoas famosas, em geral para se vangloriar disso. Nem todas as groupies se enquadram neste perfil; algumas estão em busca de amor e romance, enquanto outras querem apenas amizade. Muitas groupies também são atraídas por roqueiros anônimos e não apenas por rockstars.

Sluts (Vagabundas)

Viciadas em sexo. Nem sempre groupies querem sexo.

Golddiggers

Caçadoras de dotes, oportunistas. Querem dar o golpe do baú. Já groupies não só não estão atrás de um marido como algumas acabam se relacionando com artistas que não são ricos.

Prostitutas

São pagas para fazer sexo, enquanto as groupies fazem de graça, por prazer.

Fãs obsessivas

Em geral, perderam a noção da realidade. Pensam que têm um relacionamento com o objeto de seu desejo, mas esse relacionamento não existe. Gastam muito tempo e dinheiro atrás de seus ídolos e sacrificam muitas coisas importantes em suas vidas, como namorados, amigos e família. Recomenda-se terapia para esses casos. Já as groupies querem conhecer seus ídolos como um ser humano real, e não como um deus, ou uma deusa. Groupies conhecem seus limites e sabem respeitar a privacidade de um ídolo. Elas, porém, podem acabar se tornando fãs obsessivas.



mamãe rock and roll. GOD BLESS THE GROUPIES. Texto retirado do site Correio Web. Muito engraçadas essas definições.