terça-feira, 17 de março de 2009

salvador - rio

eu pensei que 28h de viagem iriam ajudar a cair a ficha da mudança, mas não. o tempo inteiro apenas me sentia em transição, seguindo ao rio, e me entretendo com a própria mudança. no mais, só tristeza de perceber minha mãe chorando toda vez que falei com ela.

e agora só eu que me sinto de coração partido por estar tão longe da minha família. estou ok - todos são legais, o local é bom, já tenho internet!, tudo certo. mas sinto tanta saudade só de pensar em minha mãe, principalmente, e minha irmã, que fico me perguntando o que eu tô fazendo aqui, desempregada e tudo...

oh, deus... espero que vá passar, acredito que vá passar, mas que estou me sentindo blue.

sexta-feira, 6 de março de 2009

tristeza da porra, sem razão.
só toda essa ansiedade rj, que bem pode virar cilada, bem sei, e a viagem de sp que devia ser lúdica cheia de viadagem.

get me away from here, i'm dyin.

quinta-feira, 5 de março de 2009

the women, george cukor (1939)


o filme tem uma pegada feminista somente por abordar temas tabus - e é muito ácido em certos tratamentos. mas a conclusão final de que "a mulher apaixonada não tem orgulho" e o vale-tudo para salvar o casamento são estritamente tradicionais.

as personagens são estereótipos bem feitos - a esposa dedicada vivida muito bem por norman shearer, a amiga invejosa e fofoqueira fantástica da rosalind russell, a senhora excêntrica que vive casando/divorciando (ainda é francesa, claro!), e, claro, a amante rouba-marido, vivida pela joan crawford - cabelos uó.



as atuações são boas, o george cukor sabia mesmo dirigir mulheres. e é filme de mulher mesmo. começa numa clinica de fitness, um blablabla interminável, fofocas, não aparece nem se ouve a voz nem se vê uma foto de um homem - até os animais eram fêmeas, dizem.

o filme é divertido e bem feito e embora tenha retrato de vários tipos de mulher, acaba mesmo perpetuando a imagem de que as mulheres são víboras não confiáveis - para salvar o casamento não se deve ouvir as amigas, a mãe da protagonista chega a dizer. "conheço meu sexo".

Boo!

é uma pegação louca, todos chifrando, fofocando, sabendo daqui e dali... tem um quê de moderno, sim, claro, e como seria de se esperar foi refilmado, em 2008 - fiquei até curiosa para ver a annete benning fazendo a rosalind russell, deve ser DE CHORAR. a joan crawford, que fazia a bonitona sorrateira, foi replaced pela eva mendes, que faz a PLAIN HOT, o que tem seu valor, e a meg ryan protagoniza, isso que fode.

Joan Crawford, shopgirl

muitos bons momentos, dedico boa parte deles à sempre bem rosalind russell, que consegue se destacar num elenco que ainda tem a paulette goddard e a joan fontaine!


vale também uma menção honrosa aos créditos iniciais, que mostram cada atriz comparando a um animal, veja:


domingo, 1 de março de 2009

como slumdog millionaire partiu meu coração

esse foi um ano muito bom para o cinema. quem acompanha essa bagaça viu que eu adorei o benjamin button, considerei o the reader um filme interessante e agora digo: slumdog millionaire é maravilhoso. não duvido que frost/nixon e milk sejam filmes acima da média também (ainda teve wall-e!).

o slumdog millionaire tem uma vibe meio cidade de deus, sim (desculpa se isso te incomoda, danny boyle!). não é só o fato de mostrar a realidade de uma grande favela do terceiro mundo, mas também a agilidade na edição e até os personagens - um inocente, que tenta se sair do melhor jeito possível, e outro na vibe mais zé pequeno possível. a outra alusão, ao oliver twist, também faz todo sentido, mas os indianos são muito mais safos que o inglesinho.

todo mundo ria em cidade de deus, mesmo sendo triste de partir o coração. com o slumdog acontece o mesmo, mas para mim foi ainda exponencializado, acho que porque o jamal é tão o tipo de personagem/gente que eu amo: abnegado, gentil, com princípios cristãos, manso: meio como michkin e em boa parte do filme o irmão dele, salim-zé pequeno, parece acreditar que ele é um idiota, como o protagonista de dostoievski.

eu ri e chorei no filme. é triste demais ver aquela favela gigante, as pessoas vivendo em condições sub-humanas, ver as crianças sendo exploradas. obviamente não sei até que ponto corresponde à realidade da índia, mas isso também não chega a ser o ponto: não é só a realidade social cruel que deixa um aperto no coração. é o próprio jamal, em sua busca incessante ("esse cara nunca desiste", diz o salim uma hora), que me deixa fragilizada. o lado social mais choca do que tudo - será que é daquele jeito mesmo? acho que sim, sem preconceitos, tipo sujo, cheio, fedido, cilada. mas a índia é um país tão bonito - sem pieguice e hippice. só de lá podia ter saído gandhi.

nada disso importa tanto. o filme é uma fábula, em certo sentido ("certo" pq não tecnicamente). jamal e sua paixão obstinada e respeitosa por latika, o filme inteiro se recusando a levar um não da vida, do destino... e passa uma mensagem otimista e tudo, mas me deixou tão pra baixo com tudo - é sempre a maldita ternura, que me deixa desnorteada.

ao contrário de todos, não acho que o dev patel ta muito bem - só fica de olho arergalado o tempo todo, do jeito que sempre fazia em skins. a freida pinto faz o que é pra fazer, ser bonita e ficar andando de lá pra cá. pra mim o destaque são os atores mirins, carismáticos, que nos fazem sentir pena, carinho e uma certa admiração pelo apego à vida e à sagacidade com que conseguem superar todos os percalços que vêem diante de si - muitas vezes isso é mostradod e uma maneira engraçada, sim.

pra completar, as crianças ainda têm toda essa referência aos três mosqueteiros, que me toca também. o salim para mim seria o pothos, posessivo (toda sabotagem ao relacionamento jamal-latika, que ele faz DESDE A INFANCIA, é ciumes, pra mim), impetuoso, sangue quente - isso é um pouco dartagnan também, mas esse é café com leite. o jamal também tem um quê de dartagnan, justamente a persistência e a obstinação, especialmente no que tange à mulher amada. mas seu jeito justo e calado também o botam lado a lado do athos (s2). sobra o aramis, mas ninguém se encaixa muito no aramis ;)

no mais, palmas para o boyle, por ter feito algo que já deveriam ter feito antes: aproximar hollywood e bollywood em grande estilo. a maioria dos atores é indiano. sei que rolaram várias críticas aí, mas quando o filme saiu grande vncedor a índia ficou toda prosa, e com razão. no final, os atores fazem um número musical, tradição bollywoodiana.

anne hathaway - scores

na cerimônia do oscar, insuspeitadamente ágil e interessante, a anne ahazou. ela participou de um número com o hostess hugh jackman no início e mostrou graciocidade e que tem uma voz agradável. fora que estava linda. nos bastidores, dizem que ela foi cumprimentar o dev patel por tê-la emocionado tanto em slumdog millionaire - a gentileza em pessoa e estava mais que certa, volto ao danny boyle em breve.






Na hora do prêmio de melhor atriz, quem falou dela foi a shirley mclaine, que conseguiu sintetizar a anne de uma maneira mara: "você não tem medo de mostrar nem seu lado brilhante nem seu lado obscuro" (tradução livre). ou sjea: você faz besteiras maravilhosas como diário de uma princesa (que ainda tem a julie andrews!), mas também se arriscou em rachel getting married (ainda não chegou em salvador e eu não vi, mas duvido que tenha um desepenho tão no fio da navalha quanto da kate em the reader).

a anne ficou sinceramente tocada, e é bonito com em tods as premiações ela parecia realmente emocionada com tudo. ela deu um up (saiu de filme teen pra coisa "séria", mas na verdade não SAIU né, tipo, esse das noivas com a kate hudson deve ser uma bobagem). antes do rachel getting married o prêmio mais significativo dela era um da mtv. agora, ela tem até um Critics Choice Award dividido com a MERYL STREEP.

filmografia:

começa com O diário da princesa (2001), que eu acho um início previsível e agradável. no mesmo ano, fez d'o outro lado do céu, um filme sisudo que leva a nowhere. no ano seguinte, fez um papel menor num filme de época (o herói da família) e em 2004 voltou para a continuação d'o diário da princesa (score). uma garota encantada tem a mesma vibe, só que é mais rapido e bobo.

em 2004 também veio esse garotas sem rumo, que não vi, mas tem uma pretensão a mais, é um tom diferente do que ela estava fazendo. no ano seguinte, score total com o segredo de brokeback mountain, não só em visibilidade - ela está muito bem no papel de sulista rica lureen. em 2006, outro score, de público, charme e wit (virou até queridinha fashionista, como não): o diabo veste prada. para mim, foi a primeira vez que a anne pareceu bonita, ela estava linda, classuda e segurando a onda ao lado da meryl, que obviamente domina o filme.

so far, nao tinha nada muito fail na carreira dela. ainda acho que não tem. becoming jane, de 2007, é fraquinho mas não chega a comprometer. em agente 86 (2008), ela está muito bem como a sisuda agente 99, além de ficar se arrastando de lá pra cá com roupas coladas que reforçam a imagem de sensualidade. noivas em guerra deve ser uma bobagem que não compromete também. meu feeling diz que o FAIL é passageiros, ugh, mas nem pretendo ver pra confirmar.

com 26 anos, a anne tem uma imagem jovem, de mulher sexy, segura as pontas cantando e também atua bem. eu tô com a shirley mclaine e acho que vem mais coisa boa por aí. ela vai fazer uma participação no alice do tim burton, como rainha branca, o que é sempre bom, né. you go, anne.