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segunda-feira, 9 de abril de 2007


tudo que eu não posso agora é cair na depressão. .

eu sei, sempre soube, que é uma questão de humor. o que não sei ainda é, claro, como controlar isso. hoje os fatos são os mesmos que eram ontem, mas ontem eu estava numa tranqüilidade assombrosa. eu sabia que tenho que passar por isso, que não tem escapatória, e não me sentia abatida - o que não tem remédio, remediado está; hoje, volto a me sentir numa armadilha da vida. quero fugir.

nunca estive animada e disposta a lidar com os fatos de cara limpa. ia simplesmente me arrastar tranqüilamente pela vida, como fiz até hoje. e ainda sei que vou fazer isso, só que hoje, ao contrário de ontem, não estou sentindo que isso vai passar, porque sempre passa.

preciso de um mínimo de coragem e sei que vou doar só o mínimo de coragem. sempre sinto que isso tudo é um prelúdio, que a minha vida ainda não começou. caso isso esteja errado e seja is this it mesmo, ou eu mudo ou i quit.

essa foto está aqui só porque gosto de olhar para ela

domingo, 4 de março de 2007

estou tão desanimada que ontem fiquei deitada pensando nas coisas que eu tinha que fazer e nas que eu queria fazer. anotei mentalmente: arrumar as prateleiras, organizar os livros, acabar de ler o livro da biblioteca (já estou com a entrega atrasada), ler as coisas da pesquisa, ler os textos de projeto, fazer o fichamento do texto de jornalismo online, endireitar aquele quadro na parede... a lista do que eu queria fazer era mais imprecisa... podia ir pro pc ficar ouvindo música, mas estava cansada...podia dormir, mas não estava conseguindo me concentrar... podia ler, mas não sei... não queria muito fazer nada a não ser tirar aquele cansaço e desânimo do meu corpo.
é deprimente pensar que só tem uma semana de aula e já queria um tempo...

terça-feira, 17 de outubro de 2006

como q fas

estou me cheia de bolhas no pé, joelho ainda doendo da queda de ontem, as costas dando o sinal de cansaço do corpo. e tão cheia de coisas pra fazer e sem conseguir parar um segundo e respirar e começar tudo.
ouvindo musicas meio depre e ficando depre junto e é sempre a mesma coisa. as coisas até que têm caminhado e dado certo, mas toda noite fico melancólica e triste e quero morrer porque parece que o dia seguinte vai ser de um sofrimento tão grande, e o de depois e o de depois...

terça-feira, 31 de maio de 2005

Silêncio, solidão e paz, please

desde o momento em que eu acordei da soneca da tarde eu estou de mau-humor. foi meio repentino porque tive um dia ok, de um modo geral, e de repente lá está aquele bode, a cara amarrada. bom, em partes posso explicar isso porque estou saturada de algumas coisas. estou saturada dessa reforma aqui em casa, e olha que tá só começando. to saturada de trocar sorrisinhos com o responsável pela obra, de esbarrar em homens desconhecidos pelo corredor de casa, de acordar com o bate estaca. to saturada dos comentários pretensamente engraçadinhos da moça que trabalha aqui em casa, e de como ela pode ser invasiva – na verdade, ela consegue ser invasiva quase sempre. comendo na mesa da cozinha ou deitada vendo um filme no quarto, preservando meu silêncio, sou obrigada a ouvir os comentários dela. sei que isso soa, e é, ranzinza, mas posso fazer o que se isso me incomoda demais? já liguei o foda-se porque nem respondo, então fico pagando de chata, mas nem isso adianta, pelo jeito. saudosa época em que minha fama de chata afastava essas pessoas de mim. to saturada de minha tia, rondando pela casa, me cerceando só com sua presença católica-conservadora e sua inabalável necessidade de falar. minha mãe e joanna disseram que sou impiedosa porque não entendo que ela, uma senhora de idade sem ter muito com quem conversar, precise ficar falando, em altíssimo tom, o tempo quase todo. posso fazer o que número 2, acho a velhice decrépita e quase indecente de tão feia. acordei emputecida porque tinha um tanto de coisas a fazer e disposição nenhuma. acordei emputecida pelo velho motivo de ‘ter coisas a fazer’ me sufocar, me deixar sem horizonte. acordei sem vontade, rolei na cama, e não tava com o mood pra lidar com as pessoas. e isso se seguiu e se seguiu até agora. pouco atrás, tive que me conter pra não ter uma reação super emocional com joanna – e ela tá no humor que eu considero bom, falante, sorridente. e eu com uma semi vontade de chorar e de explodir. foda-se, eu quero só silêncio, solidão e paz.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Solidão

Eu posso sair, posso ficar em casa, ver TV com alguém ou apenas me deixar ficar, sozinha, numa cama. Posso até conversar sobre minha solidão com uma pessoa que sinta a mesma aridez na alma que eu, e no entanto nada vai adiantar... Não há meios de transpor esse deserto. Mesmo onde há ânimo, paixão, interesse e concordância, as semelhanças ou diferenças ecoam no vazio.

Cansada de como as coisas parecem tão melancólicas e nostálgicas o tempo todos. E de como eu estou cada vez mais confusa de tão afundada no ócio. Ou será que não? A atividade só me deixa sem tempo, e eu esqueço; quando eu era ginasial, cheia de crises existenciais, considerava isso o oásis: a ignorância. Não ficar triste por não saber o que Will, de Um Grande Garoto, chama de “o sentido”. Ainda tem uma parte de mim que acha isso infinitamente triste, mas a outra parte simplesmente tenta se acostumar com o fato de que realmente não existe “o sentido”.

Finalmente comprei algo da minha lista de comprar desesperadamente necessárias: O Mito de Sísifo. O que esperar de um livro escrito por Camus, o cara que simplesmente inventou o termo agnóstico pra reunir gente como eu debaixo de uma mesma bandeira (ou ausência de), com esse nome remetendo à mitologia grega (Sísifo, o cara que está destinado a subir uma montanha empurrando uma pedra, quando chega no alto a pedra rola pro sopé, e lá vai ele de novo, e assim eternamente. Sabiam das coisas, esses gregos) e cuja primeira frase é “o suicídio é o único problema filosófico realmente sério”? As pessoas pensam em se matar, aí ou se matam ou ficam ruminando coisas, Camus foi lá e escreveu um livro foda. A linha é bem filosófica mesmo, e por isso não dá pra piscar, bem diferente do “Suicídio” de Durkheim, afinal esse aí era sociólogo, e o livro é estatística de lá pra cá (ou seja, muito mala).

E eu ainda não escolhi a linha a seguir na vida. Todo mundo tem um tipo, uma pose, uma posição que adota. Eu to meio que boiando entre várias coisas, fortemente apoiada na desgraça do distanciamento irônico. Eu quero refletir seriamente sobre a ausência de fé em mim (e como posso duvidar de Deus e acreditar em Astrologia?), não é de religião não, é fé mesmo, e sempre, sempre, sempre, tentando me definir.