segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

mantras

1.
that there
that's not me
i go
where i please
(...)

in a little while
i'll be gone
the moment's already passed
yeah it's gone
and i'm not here
this isn't happening
i'm not here
i'm not here

2.
Well there're so many sinking now
You've got to keep thinking
You can make it thru these waves

3.

When the dog bites, when the bee stings
When I'm feeling sad, I simply remember
my favourite things!
and then I don't feel so bad!


quinta-feira, 22 de novembro de 2007


here i come when i better go
i say yes when i ought to say no

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

a fonte da vida - balanço de criticas. e sem suspense: EU AMEI

AVISO: não vou explicar o enredo bjs. é um filme romântico sobre perdas, sobre morte.


logo no início, eu desisti de tentar entender o filme, ou melhor, de ficar sentada ansiosa prestando atenção em cada detalhe pra depois colocar tudo junto. o ritmo era modorrento, arrastado, a intercalação inicial das estórias parecia aleatória e destinada a sinalizar "oi, vem coisa cabeçuda por aí" e coisa e tal. depois da experiência do último lynch, sabia que era melhor sentar e relaxar, tanto faz entender no final das contas. o problema é que esse filme demora um pouco pra engatar. lembro que fiquei pensando em como se é possível ter uma prosa maçante mas extremamente estimulante, mesmo que lenta, arrastada, pesada (tolstoi), enquanto no cinema isso é muito difícil. não vamos ser radicais e dizer que só curto ação-bang-bang-heróis-tarantino (embora amemuitotudoisso) e que qualquer filme mais lento me causa desgosto. apesar do que querem muitos, a vida realmente não é p&b. mas existe uma diferença entre "lento", "arrastado" e até entre o malfadado "não acontece nada". encontros e desencontros é lento - nem por isso é chato ou arrastado. elefante seria um dos filmes em que "não acontece nada" e é lento - mas nem por isso é chato ou arrastado também, embora, como posso dizer, minha apreciação desse filme seja um pouco cerebral (no sentido de ser um filme com uma "proposta"), mas não somente, porque aprecio intuitivamente algumas coisas nele, inclusive cinematograficamente.

mas no final das contas, não achei o filme cabeçudo. não fiquei tentando entender quando acabou, nem pensando "entendi". e achei muito bombástico quando estava vendo a repercussão, lendo as críticas, ao notar que muitos acharam esse filme "cerebral", que falhava ao envolver os espectadores. bom, eu vi o filme meio na cega, só porque era o novo do aronofsky (que fez dois bons filmes, Pi e Réquiem Para Um Sonho), e não muito atraída pelo trailer, tanto que não vi até ontem, e isso porque a vida me jogou no colo (essa coisa de três estórias etc etc, isso já cansou, né, gente? esse tipo de filme que faz uma meia dúzia de idiotas semi-alfabetizados jorrarem idiotices como veremos - volto a esse ponto depois). mas desde a metade do filme eu já estava morrendo de chorar, e nas duas vezes que vi! eu comecei a chorar e não parei mais, e ainda fui dormir com um peso no peito depois de ver o filme na madrugada, pela primeira vez.


kitsch, cafona? talvez. não fiquei enlevada pela beleza plástica do filme, no geral, os tons nem sequer me agradaram muito, e nem sei se os efeitos são bons ou pobres, sinceramente (embora naquela hora ápice, em que tudo explode, pela força do que está acontecendo, da música e tudo o mais, tenha experimentando a sensação de beleza na tela). acho que sim, essa crítica procede um pouco. é excessivo. isso foi a moça do g1 que falou. a crítica dela é muito pobre e daquele tipo categórico É LIXO que aconselho a só fazer quando se escreve pr'um blog. é ainda puta cruel de ficar fazendo brinks com o fato que brad pitt largou o barco, mas é justa: achou chato, achou chato - até os 20 minutos do filme achei que essa seria minha opinião final do filme, CHATO PRA CARALHO, entendendo ou não.



a crítica do contracampo levantou outros pontos que me deixaram meio chocada: trata o aronofsky como alguém que é muito barroco, rebuscado, que não confiou na sua estória de amor simples e construiu dois outros fios narrativos pra "complicar" (metade dessa opinião aparentemente compartilhada pelo cinema em cena). q. ok, ok, como já disse acima esse tipo de premissa já me cansa um pouco (do tipo "vamos embaralhar e você vai ter uma experiência não-hollywoodiana"), mas isso não torna um filme automaticamente ruim (parece óbvio não é mesmo), e talvez o filme fosse ótimo só com tommy e izzy, um médico e sua esposa morrendo de câncer, um drama, mas não se pode culpar um filme por ser o que é - e o aronofsky por ser um tiquinho pretensioso. pode-se gostar ou desgostar, mas "the heart wants what the heart wants"... o mais chocante mesmo é que o cara parece ver o diretor como alguém embebido nas possibilidades técnicas, um virtuoso da tecnologia (tipo, uma das mil coisas que jamais pensaria do darren, ainda mais porque ele NEM TINHA GRANA PORRA, ele nunca foi disso). o cara ainda fala que o aronofsky faz umas coisas com a câmera pra nada, tipo quando vem o carro e tá de cabeça pra baixa e desvira - UÉ CACETA!!! agora cada movimento da câmera tem que ter motivo né? alô tcc hahahaha. você não pode capturar um ângulo porque acha interessante ou BONITO. whatever. não tenho certeza se esse filme é bom """""enquanto cinema"""""; não achei particularmente bonito visualmente (acho que nesse aspecto é no geral um filme ok). mas é LINDO. não é só a temática (temáticas não fazem obras não é mesmo, minha gente, embora caminhem um pouco por elas), embora eu tenha um apego especial a essa temática. o que todos, e eu, concordamos, é que o darren é um filha da puta romântico, e acho que isso ainda é válido pra mim. acho, não: sei. me tocou profundamente ao tratar de amor e de morte, o hugh jackman tá ótimo, a rachel weisz apesar de ser menos requisitada (as personagens são mais planas, por assim dizer) também cumpre bem o papel (tenho um ps interessante sobre a rachel, mas deixo pro final do texto, to virando a rainha das digressões), e o amor deles dois é o que dá a liga. fiquei com a impressão de que só o tempo "presente" é o que existe na narrativa (assim como a omelete), mas não tive forças pra levar o debate adiante com um partidário de que era o tempo "futuro" - e sinceramente, não ligo. o tempo futuro, na verdade, é a narrativa que menos me cativa, a mais entrecortada e tal. achei gênio e lindo e simples alguns pequenos pontos:
a) o contato do hugh com os pelos da nuca da rachel, e como mostrava isso de perto, acho muito tocante e íntimo, e fazendo analogia com a árvore... que, num certo sentido, era a rachel;

b) a rachel estava sempre iluminada, muito branco-branco-branco, e se utilizando magistralmente dos seus belos olhos pra passar as emoções.

ADENDO 1

essa coisa de que a fonte da vida é cabeça é para os idiotas. e, como é sabido por todos (até por eles mesmos), idiots rule the world. o pai do donnie darko (outro filme cheio de fã escroto e idiota) já atentava para isso: a maioria das pessoas é idiota, por mais triste e/ou arrogante que isso pareça ser (eu fico sinceramente triste, ainda mais pelo orkut, que você só pode ver a idiotice, ao vivo as pessoas disfarçam mais e usam mais do humor). dá uma olhada nesse post: o cidadão aparece e fala que o filme é péssimo, sem nenhuma argumentação e tal. ok. logo em seguida chega uma menina e fala: "bah! como eu disse, o filme é para pessoas que gostem de usar a cabeça, meu filho, porque tu não ficou em casa assistindo jogo de futebol? olha! não precisa usar nenhum neurônio pra isso! Realmente, o filme não é para massas!". essa realmente deve se sentir muito INTELIGENTE por curtir o filme, atestado de que tem "cérebro". depois chega outro: "Infelismente grande parte das pessoas que vão no cinema, querem só um passa tempo. A Fonte da vida é uma experiencia unica dentro de varios aspectos. Não é para muitos. Uma pena que esse pessoal não tem uma mente aberta para novas sensações, só querem mais do mesmo." OHHHHH, é só pra poucos e bons, iluminados. continuam comentários falando que é pra quem "gosta de pensar", mandando ver filme da xuxa, que as "idéias e conceitos" são massa (hahahahahaha), essa pérola aqui "a gente só julga ruim aquilo que a gente entende. beijos!". meus dois preferidos:
"arte eh pra poucos... mas admiro as pessoas q naum conseguem enxerga-la... são felizes na sua ignorancia e ponto... naum querem se expandir, aprender, admirar... soh admiram a si proprios no espelho... ou naum...".
"O Brasil tem um grande problema chamado televisão , na "televisão " todas as programações são , infantis e mastigadinhas. FEITAS PRA IDIOTAS, COMO O CARA QUE FEZ ESSE TÓPICO. já esse filme , foi feito por 2 gênios , com atuações deslunbrantes. MUITO Cult."
é difícil evitar argumentação ad hominem se você entra no orkut do sujeito que diz que arte é para poucos e parará e vê que é um metaleiro idiota que está em comunidades de sexo, drogas & rock e preenche a parte de livros com um "não costumo ler" extremamente sincero.

ADENDO 2

a rachel weisz é a melhor mulher pra se ter como esposa, de todo o mundo, famosas e não famosas. enquanto via esse filme fiquei pensando em como deve ser bom chegar em casa e pans, ela estar lá, sendo tipo ESPOSA. já tinha meio que pensando isso vendo o jardineiro fiel e a fonte da vida só reforça. ela pode não ser a mais bonita (essa seria a jennifer connelly), a mais interessante (rose mcgowan), a mais sexy (monica bellucci), a mais talentosa (naomi watts, claro), a mais bem humorada (uma thurman), a mais simpática (drew), a mais inteligente (? jodie foster? risos), a mais poderosa (MADONNA conta como atriz?), ela sequer é a porra da minha atriz favorita (nem entra num top 10, talvez num top 20), mas sinceramente se eu fosse o hugh jackman ou o darren ou o ralph fiennes ou qualquer um, queria ELA me esperando em casa. e ainda fica lindinha de cabelo curto. outro PLUS: rachel weisz é a única mulher do mundo (again, famosas e não famosas) que ficou linda grávida. SIM ACHO GRAVIDEZ DISGUSTING no geral, sei que isso é estúpido mas não posso evitar. algumas grávidas não ficam nojentas nem nada (a naomi por exemplo, parecia montagem aquela barriga... ou até a incensada leila diniz), mas simplesmente não consigo achar bonitas... não sei se foi a lente mágica do fernando meirelles, mas ela tomando banho grávida no jardineiro fiel é das coisas mais bonitas que já vi. então se você é homem, hetero e fértil, é uma boa pessoa pra se casar e constituir família (o aronofsky se ligou nisso, e ele filma ela com tanto amor n'a fonte da vida...).


ADENDO 3

a trilha é razoável (não acho a do réquiem bombástica também), mas tem momentos ASHTONING.


E
(bom, acho que no final das contas, e com todo amor desse mundo, acho cinema uma arte menor mesmo.)

outras críticas:
zeta filmes
folha de s. paulo

ps - tem uma HQ the fountain. baixei e depois que ler comento. OU NÃO.
fiquem com a rachel SNOW WHITE

bjks

sábado, 3 de novembro de 2007

Franny & Zooey

Eu me apaixonei por Franny à primeira vista; aliás, à primeira entre-vista, pois ela ainda não estava sequer em cena quando me ganhou. Enquanto Lane, seu namorado, a espera na estação, impaciente, puxa do bolso uma carta dela, pra reler e passar o tempo. Já nessa carta, que começa com um simpático "Queridíssimo Lane" e termina com dois ps, um deles pedindo pra não ser escrutinada por ele no final de semana, eu entrevi uma pessoa de coração grande, acho que é isso. Franny é de um leveza encantadora e uma honestidade, uma ausência tal de cinismo, que eu pensei: "esse livro já está ganho" - e estava mesmo.

Já Zooey, se parece apenas metódico e pomposo demais durante todo o tempo até acabar a leitura da carta do irmão Buddy, algo que não me gerou nem simpatia nem antipatia, mostra o que verdadeiramente é quando a mãe entra em cena: um insolente. E isso, meus caros, é demais pra mim. Pra mim ser insolente é intolerável, só perde pra ser mesquinhos nas coisas Feias do ser humano (se existe o Belo existe o Feio, e acredito que essas duas características apareçam no homem). Claro que existem pessoas que são levemente insolentes e isso fica até como um charme nelas; minha amiga Cecília é assim. O problema é quando você levanta num mau dia, daí você percebe que qualquer traço de insolência é repugnante, e fica sentindo irritação com a pessoa. Zooey não é levemente insolente, ele é tão insolente que eu fiquei pra morrer em alguns momentos. Minha vontade é de simplesmente apagar essas pessoas, por mais bonitas, inteligentes, sensuais e talentosas que elas possam ser. A maioria dos defeitos se conjuga com qualidades e a pessoa pode ser válida mesmo sendo egoísta, extravagante, mal educado etc. Só que me deixa em estado de permanente mágoa ver mesquinharia em quem amo, idem insolência. O ponto é: não gostei de Zooey.

Obviamente gostar ou não gostar não interfere na qualidade como personagem, ou impede [no geral] que desfrute do livro. Já disse aqui que prefiro não gostar do que não achar nada... Tanto no cinema quanto na literatura. Sentimentos de simpatia, ainda que moderada, de paixão, ódio ou irritação, são mais do que bem vindos.

Salinger me perseguiu um tempo, quando eu sempre via O Apanhador no Campo de Centeio na livraria, namorava um pouco e algo fazia me desistir de dar um chute no escuro por r$40, 00 (por mais que saiba que é importante, é sempre um chute no escuro...). De repente a vida o ofereceu pra mim, na pessoa de miss Novelli, que chegou botando na minha mão e falando que eu "tinha que ler". Ok, than. Deixei um ou dois dias de molho, aí resolvi começar - e li num fôlego só, numa tarde gostosa, preguiçosa, deitada na minha cama. E quando acabou, todas as impressões misturadas pela leitura rápida e ansiosa, minha cabeça girando, eu me levantei e me sentia tão animada! Mas, tão! Corri pro computador e coloquei pra tocar "Catcher", da banda sueca-delicinha Komeda. Eu já conhecia a música antes de ler o livro, e obviamente sabia que se referia ao livro (é uma das várias). A música tem uma levada mais pra melancólica que pra animada (ainda mais considerando que é o Komeda, geralmente animadao), e passamos pelos versos "Who will save your soul, who will rock'n'roll, hell don't look at me...", para afirmar, no refrão: "There ain't no catcher in the rye". Tudo bem que tem uns papapa na música, mas é totalmente monocórdio... Ok, voltando: pus a faixa pra tocar e comecei a pular que nem uma louca. Eu estava muito feliz, eufórica, eletrizada. Fiquei cantando e dançando no quartinho, com a música no repeat, e apesar de ser triste não ter um apanhador no campo de centeio e das quedas e equilíbrios ficarem por nossa conta, isso misteriosamente me deixou feliz. O livro, a música. O livro é, desculpem essas expressões batidas uó, uma lufada de energia, um murro impactante. Enquanto eu lia ia vendo como tinha ressoado e repercutido em tanta, tanta coisa. Acho que ver Deus deve ser uma experiência parecida. E é um livro bobo. Não tem nada de especial na linguagem, nada de inventivo. Claro que existe aquela primeira pessoa delirante, mas tudo é o enredo nesse livro. Não é como quando leio Virginia Woolf, que fecho os olhos pra guardar algumas frases que são tão lindas lindas que machucam e deixam triste... (a própria Virginia disse que a beleza era infernalmente triste, algo com que tendo a concordar).Ainda saio dançando "Catcher" quando algo de animador me acontece; canto no chuveiro. Descobri depois uma pá de músicas com referências assim diretas ao livro, uma até do malfadado Chinese Democracy, do Guns. Tem uma muito bonitinha e simples, do John Ralston, que também acredita que é cada um por si: "No Catcher In The Rye" tem a singela letra:

"Black days,
white nights,
nothing hurts when you’re anaesthetized.
Blue skies,
suicide,
maybe there’s no catcher in the rye"

Resolvi partir pro Franny & Zooey, que acredito ser o segundo livro mais famoso do Salinger, e que era o preferido da Judy, em Once and Again. Adendo: o fato de ter uma Zooey no seriado sempre me fez pensar que os dois personagens-títulos do livro eram femininos... Apesar do segmento "Zooey" ter mais revelações e cada gotinha de informação sobre os Glass ser uma delícia, ainda prefiro o "Franny". Não porque, como explicitei acima, prefira Franny, a personagem. Ela também aparece nessa segunda parte, numa crise imobilizante que vi compararem a da Margot Tenenbaum em Os Excêntricos Tenenbaums (volto a isso num instante). O caso é que a segunda parte fica um pouco didática. Acho maravilhosa também e ecoa muitos pensamentos e coisas que me preocupam, mas, como Zooey em relação a Franny, perde em intuição pra ganhar em premeditação. Imagino se o Salinger escreveu com tópicos ao lado... Entre os premeditados e os intuitivos, é da minha natureza preferir os últimos. Pesquisando sobre Salinger, a pessoa, me pareceu alguém com um quê de nocivo, apesar de toda a busca religiosa, tem algo de desagradável, de premeditado também. Mas é só uma impressão, obviamente. Franny & Zooey, o livro, veio da Paraíba. Next step: Nove Estórias, vindo de São Paulo. Quero conhecer melhor todos e, claro, quero muito ler To Esmé With Love and Squalor, de onde veio a Esmé Squalor da série Desventuras em Série (criança diz rs).


Sobre os Tenenbaums: parece que o Wes Anderson admira o Salinger e se inspirou livremente (e não oficialmente, claro, rs) na família Glass para criar a sua excêntrica família. Boo Boo, uma das irmãs Glass, aparentemente das mais prosaicas, casou com um homem de sobrenomeTannenbaum . Vi uns blogs fazendo a leitura de que a Margot seria a Franny. Ou o Wes leu errado, ou eu vi errado. Senti vibes, pra ficar com uma palavra horrível, totalmente diferentes. Apesar da crise das duas, o que na Margot é mera apatia, em Franny é choque. Sobre a natureza das duas, não vejo qualquer leveza na Margot - nesse sentido de ternura, acho que a Franny se aproximaria mais do Richie, não por acaso meu Tenenbaum favorito. Mas, bom, foi/seria apenas uma leitura livre do Wes. E pra quem quer saber, o Richie seria o Seymour (suicídio quem curte) e Chass seria Zooey. O que realmente lembra é aquela coisa de família de prodígios, que ambas as obras mostram. E, como diz mamãe Glass, de que adianta serem tão inteligentes senão são ao menos felizes?


quarta-feira, 17 de outubro de 2007

em breve, darei meus pensamentos sobre essa edição reloaded do ariel, comparando com a versão antiga, e toda essa quizila da ordem-dos-poemas, afinal. por enquanto, quem quiser ir lendo algo provavelmente mais acurado (rs, mas o texto é um pouco chato ok) aproveita essa resenha, publicada no site O cronópio.


da maldade inerente à música pop - to de brinks, claro. quem acha isso fora de brinks simata bjs.

eu nunca gostei muito do rilo kiley. achava uma banda ok, apenas, que dava pra escutar sem maiores conseqüências. não desagradava muito, não agradava muito. quando ouvi o more adventurous, primeiro disco da banda em que botei as mãos (metaforicamente falando, claro), cantarolava um refrão ou outro.


vieram os tempos de vacas magras, hd cheio e falta de mídia, deletei o cd. nunca me fez a menor falta. tenho aqui o jenny lewis and the watson twins, que é um trabalho paralelo da vocalista do rilo kiley, a ruivinha-fofinha-brinks jenny lewis. costumava ouvir mais esse disco, que tem uma pegada country gostosinha e assobiável - mesmo que, claro, não seja nada excepcional ou bombástico (a vida não é feita só de ***obras primas*** e ***arte*** não é mesmo?).

jenny lewis and the watson twins

ah, bom. saiu o novo disco do rilo kiley um tempinho atrás. eu resolvi baixar, estava na vibe de conferir todos lançamentos importantes ou de bandas que eu conhecesse um pouquinho que fosse. ouvi o disco e achei legal. novamente, nada de demais (vou parar de repetir isso). só era um pouco a mais do que eu esperava (tipo que nem aconteceu com os novos do interpol e do bright eyes, quando você não espera nada, qualquer coisa é lucro né? que o diga a keren ann). fiquei chocada foi com a repercussão. os fãs fazendo os chocados ("que música pop" - não entendi direito, o rilo kiley era experimental antes?; "vai virar uma gwen stefani da vida", não vou comentar direito, gosto da gwen). oi gente, ponto um: música pop é bom. ao diabos com essa mania de fazer isso sempre soar perjorativo (digo o mesmo pros idiotas que estão preocupados em dizer que friday night lights, a série, não é um drama teen, como se isso, por si só, fosse uma ofensa).

tudo bem, tá mais animadjenho, cantarolante, mais gostosinho enfim. não vou dizer *acessível* porque isso a banda sempre foi, pra quem conseguia passar pela primeira audição insípida, ou pop, porque, oras, isso sempre foi, ainda que fosse um pop eivado de folk, assim, bem de leve... eles curtem carregar no *indie* na frente (tá mais pra indie rock que indie pop na minha opinião, se quiserem usar esse tipo de rótulo que tem INDIE na cara).

fiquei vendo numa comunidade no orkut (nada contra as comunidades dos fãs do rilo kiley, cá pelas minhas contas nunca vi uma comunidade de banda no orkut que não fosse cheia de idiotas, o problema está no mundo ok. mas os do radiohead estão pra se superar, com toda essa conversa sobre Arte, com a maiúsculo), ai, céus, esses parênteses estão me destruindo. sim, sim, tinha um tópico nessa comunidade de antes do disco ser lançado (ou vazado), com um trecho de uma música, que provocou indignação e choque, gente falando que ia sair da comunidade, que o cd ia ser uma merda. fiquei tentando adivinhar que música seria, a pior realmente acho que é "the moneymaker", apesar do fator brinks e tal. abri o link e era "give a little love", adorei essa música?

bom, só me resta aqui fazer uma consideração, que já fiz na página do grupo no last fm: I must be a pop bitch, porque se isso é o maléfico pop que consome mentes, "toca na novela" e é "modinha na mtv" e o execution of all things é uma banda folk madura artística, BOM, fico com o pop, que "avança e draga".

agora um ps agradável. estava vendo o primeiro clipe desse novo disco da banda, e é "silver lining", a faixa que abre o cd. o clipe traz a representação de um casamento entre a jenny lewis e o guitarrista da banda (não lembro o nome). os dois namoraram anos for true e ficam brinks no clipe, a jenny larga ele no altar e tal. achei fofinho engraçadinho, é meio brinks a parte de interlúdio também, com a banda em um estúdio, ela com uma roupa de garçonete erótica (?), tocando piano, ele sentado no piano dedilhando a guitarra (o riff lembra um pouco "my sweet lord", do george mesmo, em alguns momentos, mas essa música é tipo plágio de outra que não lembro agora...), e um coral de três pessoas vestidas de dourado. curti. só não sei se rio ou choro ao pensar que os versos "And i was your silver lining/ as the story goes/ i was your silver lining but now i'm gold" possam ser uma referência a casamento...



jenny lewis style

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

eu já sabia que o grande sucesso da kate bush chamava "wuthering heights". eu também sabia que ela era um clássico das cantoras-compositoras e foi isso que me levou a buscar um disco dela (o aclamado hounds of love). oi, não fez muito a minha. achei primórdio da tori amos. a voz, o tom, me desagradou um pouco, e achei meio datado. fiquei de ouvir com mais cuidado, o que nunca fiz, perdi o cd quando hd estragou, e só agora resolvi correr atrás de novo. só que resolvi pegar o primeiro, the kick inside. "wuthering heights" está nesse cd. as principais observações continuam valendo (não me agrada muito a voz dela e acho o som algo datado), mas dessa vez gostei mais. depois dessa incursão pela discografia do bruce springsteen, acho que estou lidando melhor com o instrumental que me lembra outra época (geralmente 80s mesmo...) - não consegui por isso de um modo melhor... a kate bush ainda tem algo que me lembra a joanna newsom (oi, morri). mas, bem, eu fui ouvir o disco de peito aberto, e sem conhecer muito da trajetória nem nada dela, e não sabia que constantemente ela se influencia por filmes, músicas, livros etc... quer dizer, imaginava que "wuthering heights" não poderia ser outra coisa que não uma referência ao livro, mas fiquei meio chocada com o quão descaradamente explícita a música é. logo depois, caí de amores, porque não tem como não gostar de uma música sobre os morros dos ventos uivantes, e a letra capta bem e tudo, mas sempre fico cantando e rindo, restou algo de uma incredulidade engraça que não condiz com o estado de espírito da estória de heathcliff e cathy...

Wuthering Heights

Out On the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green
You had a temper, like my jealousy
Too hot, too greedy
How could you leave me
When I needed to possess you?
I hated you, I loved you too

Bad dreams in the night
They told me I was going to lose the fight
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering Heights

Heathcliff, it's me, I'm Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window
Heathcliff, it's me, I'm Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window

Oh it gets dark, it gets lonely
On the other side from you
I pine alot, I find the lot
Falls through without you
I'm coming back love, cruel Heathcliff
My one dream, my only master

Too long I roam in the night
I'm coming back to his side to put it right
I'm coming home to wuthering, wuthering
Wuthering Heights

Heathcliff, it's me, I'm Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window
Heathcliff, it's me, I'm Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window

Ooh let me have it, let me grab your soul away
Ooh let me have it, let me grab your soul away
You know it's me, Cathy

Heathcliff, it's me, Cathy come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window
Heathcliff, it's me, Cathy come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window
Heathcliff, it's me, Cathy come home
I'm so cold

Foto do filme O Morro dos Ventos Uivantes, a versão com o Laurence Olivier (curto muito), de 1939. Essa versão se destaca justamente pelo Laurence, que está brilhante no papel de Heathcliff, mas essa moça que faz a Cathy (esqueci o nome) é totalmente dispensável e irritante. O filme tem muitas elipses que não prejudicam a estória, só falta um pouco mais de força, no final das contas... o filme tem outras três versões (uma inclusive feita pela mtv, rs) e teve até telenovela baseada nele também... o que é uma estória imortal, não é mesmo, minha gente?

agora se liguem no estilo do clipe:

sábado, 29 de setembro de 2007

adoro personagens trágicos. de certa maneira, isso que me chateou um pouco no final de paraíso tropical; esperava que bebel e/ou olavo tivesse elementos trágicos mais explorados. olavo teve um restinho disso; bebel descambou pra piada, sátira. não achei válido. sempre soube que o gilberto ia brinks estragar tudo pra mim, querendo punir na ficção o que na vida cotidiana passa batido. tudo bem, nesse mundo, nessa novela, ele era deus - e está certo de fazer o que quer.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

choices

beatle preferido: george, na maior parte do tempo.
tenenbaum preferido: richie, disparado.
stroke preferido: fabrizio moretti.
Scarlett ou Rhett? Scarlett
Bergman ou Garbo: Bergman

Gene Kelly ou Fred Astaire: q 6 achão
Kill Bill 1 ou 2: Volume 1
mary poppins ou a noviça rebelde? mary poppins

filme do Kaufman: Adaptação
filme do Lynch: Mulholland Drive
filme do Polanski: Cul de Sac
filme da sofia coppola: virgens suicidas

quê mais?


casablanca ou ...e o vento levou? em aberto.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

das duplas

quarta-feira fui à locadora para pegar os últimos discos de uma temporada de the west wing e de csi (não sabia as temporadas, ia ficar procurando os extras que me interessavam na capa). estava lá pensando: poxa, já que estou aqui vou levar um filme. ia levar o do zurlini que baixei mas não acho legenda, "a moça com a valise", mas não me lembrava de jeito nenhum do título (sabia que tinha valise e moça, em italiano, mas não tinha certeza da tradução). na tentativa de me esquivar de atendentes, fui pro laptop pra digitar zurlini e vê o que eles têm do cara. o laptop tava travado e desisti do filme na hora. fiquei vagando, pensando no que locar. talvez "viridiana"? "paris, texas", que baixei dublado e não consegui ver? hmm. daí vi "jules e jim", que já tinha paquerado antes, e decidi: é hoje. na hora que cheguei no caixa, o atendente me informou que, devido a uma promoção, eu ganharia uma locação gratuita. daí voltei, decidida a pegar um CLÁSSICO HOLLYWOODIANO. "matar ou morrer"? "a noite do iguana"? "núpcias do escândalo"? estava em dúvida quando vi "MARUJOS DO AMOR", um desenho de frank sinatra e gene kelly na capa, de marinheiros. quando vejo gene kelly, a batalha está ganha. levei.

thiago já tinha me recomendado esse filme tempos atrás, quando acabamos de ver "sinfonia de paris" (acertei dessa vez). pensei que, na pior das hipóteses, ia ver gene kelly por duas horas. assim que cheguei em casa propus a minha mãe que víssimos o filme ("Gente, esse é antigo! Frank Sinatra! Esse nem tem mais osso!" - sutileza). O filme conta as aventuras de dois marinheiros (Sinatra e Gene), durante quatro dias de licença do serviço em Hollywood. Gene é um cara expansivo, conquistador, fama de mulherengo. Está ansioso pra rever uma das namoradas, Lola, na estadia em Hollywood. Já Sinatra interpreta um cara tímido, retraído, sem jeito. Quando os dois saem do navio, Sinatra fica seguindo Gene e acaba exigindo que ele o ajude a arrumar uma garota (quem mandou Gene Kelly salvar a vida dele sem ele pedir...). Logo os dois se envolvem com uma criança que quer ser da Marinha, e ao deixá-lo em casa conhecem a tia, Susie. História pra lá, história pra cá, eis o que importa: temos aqui uma dupla, que funciona com um sendo o racional (Sinatra) e outro sendo o ímpeto (Gene). Gene é quem faz a história se mover, que a leva nas costas, que dá início aos acontecimentos; Sinatra só se deixa levar, é um personagem totalmente passivo. Eu não consegui criar uma identificação muito forte com nenhum dos dois. Tendo, no geral, a me identificar com o elo fraco - aqueles que não têm coragem, fibra, que são pisados. Mas nesse filme são muito extremos, afinal é um musical, e o personagem de Sinatra é meio bobalhão. Já o outro lado, costuma ter charme de sobra a oferecer. E jamais vou dizer que Gene Kelly não tem charme (sou Gene groupie), mas apenas não consegui nutrir grandes simpatias pelo personagem malandro. Na realidade, o filme todo me pareceu apenas OK. Vale a pena, mas não achei um musical tão bom assim, ainda mais por ter dois astros como Frank Sinatra e Gene Kelly, deveria ser melhor. Pelo menos pude mais uma vez passar horas divagando sobre como Gene Kelly era GRANDE, quanta carne, deus do céus. Tem até uma cena com ele dormindo de shortinho, ques coxão indecente.



daí o filme acabou, minha mãe achou que pedia mais um número musical no final, tive que concordar (na real rolam dois beijos simultâneos, cada um com a sua mocinha).

hoje resolvi ver o "jules e jim". tava até moderadamente animada. clássico é clássico.
agora as verdades da vida: número 1: realmente prefiro, no geral, cinema americano ao cinema europeu. claro que se for ficando buscando aqui e ali, vamos ter várias exceções, e claro que me refiro ao bom cinema americano, embora não tenha tanta aversão aos blockbuster como a maioria das pessoas parece ter (gosto de vários, inclusive). e, número 2: admiro muita coisa nouvelle vague, acho mais que válido, superei a decepção da primeira vez que vi "acossado", considero anna karina musa, mas realmente nouvelle vague não é a minha praia.

dito isso, achei "jules e jim" meio que como "marujos do amor": ok, bom que vi, mas faltou algo. e novamente estava diante de uma dupla complementar, com um rapaz tímido, fraco e outro que era o impulso, o charmoso. e, de novo: não consegui ter muita empatia com nenhum dos dois. muito menos com a catherine (em matéria de mulher intrépida e voluntariosa, vão ter que comer muito feijão pra superar scarlett, a musa, embora eu saiba que catherine it's not about that). e fiquei esperando isso o filme todo, mais do que no dia anterior. não desenvolvi nem antipatia (acontece bastante, em "retrato de uma senhora" aconteceu com todos os personagens menos ralph, era coisa de doido). eram apenas personagens, pra mim, sem vida. isso me chateou um pouco, no filme, mas gosto bastante deles usarem listras na praia.


ps - verifiquei em casa o que a gpw tem do zurlini e é: nada
pps - gosto bastante de "pierrot le fou".

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

tive uma noite maldormida, acordei de supetão, com algumas dores no corpo. eu tinha que ir na casa de uma colega deixar um cd com fotos, e apesar da casa dela ser aqui na rua estava com muita preguiça de me trocar, caminhar, de falar - não gosto de falar quando acordo, e olha que mesmo tendo feito uma horinha no pc ajeitando as tags da compilação da nico (the frozen borderline), ainda me sentia assim, pouco disposta a papo.

me arrastei pra fora de casa, ainda com resquício de sono, e meu corpo não parecia me obedecer, estava um pouco sem controle, sentia os braços como pesos mortos soltos ao meu lado, tropeçei três vezes na calçada, estava meio dormente. uma cara de sono que retardava as reações em mim por alguns segundos (o que me faz parecer idiota), o cabelo insistindo em não ficar arrumado. pois la estava eu, já na quadra do prédio dela, quando ouvi três figurantes discutindo a teoria dos figurantes. eram dois meninos e uma menina, que replicava, extretamente ofendida por ter sido chamada de figurante na cara dura:

- vc também é figurante!
os dois meninos riram e o que estava mais próximo dela respondeu:
- só faço figuração em seriado.

achei a coisa mais surreal do mundo e ri, discretamente, porque não queria estabelecer nenhuma conexão com aqueles figurantes creiços. figurante de colégio é a coisa mais uó do mundo, e tenho dito.

ps - a produção tá meio de sacanagem rs, a facom que o diga.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

dicionário vs. livros (não que o dicionário não seja livro ok)

dia desses tava conversando com um colega da faculdade sobre ler em inglês; se eu lia com dicionário do lado ou ia tentando inferir, se entendia tudo etc. falei pra ele que formei meu vocabulário em português basicamente lendo e captando o sentido das palavras, mas que com inglês o ideal era dosar, pois o total de palavras desconhecidas tende (dã) a ser maior. ele ficou um pouco surpreso ao saber que considero um vocabulário formado em leituras mais sólido e disse pensar o inverso.

quando estava no ginásio, meu vocabulário era maior que o dos meus colegas, e eu era considerada a tira-dúvidas do pessuel. sempre me perguntavam quando viam uma palavra que desconheciam. eu sempre respondia "é como se fosse...", "é tipo assim..." etc. não sabia dar definição completa, de dicionário, pra maior parte delas, o que me irritava um pouco. ao chegar em casa, sempre conferia e, o que acontece até hoje, achava divertido ver a definição de uma palavra que conheço de cabo a rabo. a verdade é que aprendi a maior parte delas lendo no contexto; passava como um trator pela maior parte das palavras desconhecidas, exceção feita àquelas que eram muito desconcertantes, claro, e de um modo ou de outro fui entendendo essas palavras, que se integravam naturalmente à minha fala.

no colegial eu tinha um professor que fazia as construções de frase mais estranhas do mundo. um dia, na aula, eu pensei: esse cara deve ler dicionário. nada contra ler dicionário, é dos melhores e mais divertidos livros do mundo. mas eu comecei a notar quando as pessoas aprendem as palavras do dicionário. no caso desse meu professor, acho que ele não aprendia direito e gerava distorções nos usos das palavras; penei pra me lembrar de um exemplo mas até agora não consegui. era uma coisa que me entretinha muito na aula (chatíssima) dele, ficar vendo-o usar palavras que devia julgar bonitas totalmente fora de um contexto, ficava algo grotesco. mas no geral o que ocorre é que o significado da palavra é bem compreendido, a pessoa usa com naturalidade, mas por algum motivo ela fica se destacando na frase, asseada, empoada, brilhante.

eu (e provavelmente um monte de pedagogos brinks) ainda acho que ler é a melhor maneira de fazer com que as palavras se entranhem em nós nos seus significados mais reais e, geralmente, bonitos.

porque inovar é uma arte.

domingo, 26 de agosto de 2007

making of


Durante minha primeira infância, vivi no Itaigara. Morava lá, estudava lá, brincava lá. Aos 7 anos me mudei para a Pituba, onde vivo até o dia de hoje, nos limites de Amaralina. Sou o que se chama pejorativamente de “menina de play”, com o espaço para brincadeiras bem delimitado no cotidiano. Nunca tive problemas com isso; gostava moderadamente de brincar de polícia e ladrão, bandeirinha, esconde-esconde na garagem, mas desde cedo minha individualidade se destacava em relação à minha sociabilidade. Eu era uma criança que gostava de ler, algo que é essencialmente solitário. Casualmente, às vezes, ia para Lauro de Freitas, onde um tio tinha uma casa e onde, inesperadamente, gozava do prazer de subir em árvores, algo que me acompanhou vida afora. Meus avós paternos toda a vida viveram em Mont Serrat, mas lá para mim era mais uma casa, numa ladeirinha estreita, do que um exuberante e charmoso bairro (até hoje me choco quando o carro vira no sopé da ladeira e ali está uma praia, bonita, pulsante, um campo de futebol cheio gente, um barulho insuspeito 100m acima). Tomar um sorvete por ali era exceção, a regra era ficar confinada na casa, solidamente sem graça e atrativos para uma criança.

Não pensava muito nisso até entrar na faculdade, quando fui levada a crer que morar na Pituba Não É Bom O Bastante; que sou uma “pitubinha” e, sim, burguesa (ainda usam esse termo sem o devido contexto histórico).

Entendo o rancor daqueles que se criam ouvindo que moram longe. No colegial tinha uma amiga que vivia na Ribeira: fui lá somente uma vez, viagem traumática sobre a roda de um ônibus, aparentemente interminável e, no final, era só uma casa em um bairro. Eu particularmente nunca ajudei muito a derrubar o estereótipo de “jovem alienada que acha que o mundo acaba na Barra”; a junção do puro desinteresse, minha pouca vontade de sair de casa e uma incrível inabilidade geográfica conspiraram pra que realmente eu me tornasse o que sou hoje, uma ignorante, no geral, da cidade de Salvador.

A Pituba me acostumou mal: tem todos os bancos que eu possa precisar (na realidade, em uma única avenida!), farmácia, médico, escola, um ponto de ônibus acessível e de fácil trânsito. Seu planejamento regular, com transversais e paralelas, torna fácil até mesmo para mim não perder a referência e, em última instância, não me perder. Percebi enquanto caminhava pelo Bonfim que realmente a pessoa tem que ser nem que seja um pouco mais safa do que eu pra se virar naquelas ruas tortas. Sou pajeada por padarias de bairro e uma filial da maior da cidade; um Bompreço em frente à minha casa, que anos depois foi, surrealmente, incrementado com um Bob’s. Tem algumas lojas de roupas espalhadas por pequenos shoppings ordinários, um teatro ao qual nunca fui, uma simpática igreja, algumas praças, pelo menos dois sebos, uma loja de mídias com bons preços a uma caminhada de 10 minutos, uma papelaria, uma boa banca. Duas livrarias (Cultura e Civilização Brasileira) e, lá na ponta, a mega store Nobel (tem uma parte para lanches, filmes, revistas, discos e livros, divisão que acaba por dificultar que se tenha qualidade em algo, mas pelo menos as promoções para locar temporadas de seriados são boas). Tem a GPW também, que apesar de cara é a mais completa vídeolocadora da cidade. Para escapar dela, pode-se cadastrar em uma “locadora de bairro”; tem duas bem perto de mim, meu irmão se cadastrou recentemente e ta fazendo a festa. Já ia esquecendo, para quem gosta tem barzinho, caranguejo, clube de strip etc etc. Cada um se diverte como pode, né?

Tudo isso é infra-estrutura. Não fala nada sobre o “clima” do bairro. Dizem que não tem alma, que é insosso, cheio de boyzinho. O que posso dizer? Cada um com o zeitgeist (sei que é para época!) que merece. Realmente, a Pituba, apesar de toda essa vantagem na frente de todo e qualquer outro bairro do mundo (vivo aqui há uns 14 anos), não é nem o meu lugar favorito (prefiro o Campo Grande e a Praça da Sé). Mas não posso evitar de pensar, sempre que to chegando em casa, quando passo pela somed e viro à direita, e vejo toda a rua amazonas se estendendo diante de mim, ladeada por amendoeiras que dão uma sombra gostosa, com um ventinho fresco batendo e certa tranqüilidade, bem, não posso evitar de pensar como minha rua é aprazível. Talvez não arrebate, como arrebata tomar um sorvete do lado do Elevador Lacerda, vendo a Baía de Todos os Santos. Não é turístico, mas aprazível é bom (e não é sem graça). Não entendo tanta má vontade com um bairro que tem uma das arborizações mais simpáticas da cidade (sim). Isso me chocou muito cedo na vida adulta, despertando até certo bairrismo já derrotado dentro de mim.

Para a classe média, nada. No fundo parece que esse é o problema. Reconheço que tem muito patricinha e mauricinho no bairro. E daí? A diversão na Pituba tem esse ranço de classe média metida a besta, não tem o charme do Rio Vermelho, a suposta classe da Barra. Esse é o aspecto que eu menos ligo, bjs. Não quero saber de casa de show, de bar, de nada disso. Entrei num barzinho desses uma vez e odiei. Mas acho bom caminhar toda a rua amazonas até chegar à sorveteria amaralina e ficar sentado na praça diante dela, tomando sorvete de brigadeiro e vendo crianças correndo atrás de pombos, um beagle alma gêmea de Daphne, e um apartamento simpático que me lembrou a casa do Gene Kelly em Um Americano Em Paris.

Fui levada a crer que a baianidade desse bairro é quase nula, que tudo aqui é um arremedo. Roots mesmo é cidade baixa, comércio, centro. Entrevistar velhinhos cheios de lembranças, enaltecer como esses bairros antigos são ternos, com moradores solidários e alma de cidade do interior. Falar que casa é melhor que apartamento. Perfilar o Bonfim tudo bem, a Pituba é heresia. Eu não ligo, eu sinceramente não ligo, pro que Milton Santos disse – eu gosto de árvores, de praças, de jardins, de prédios sem pastilhas (infelizmente o meu tem, aliás, meu prédio é bem feio), de velhinhas indo pra igreja, de um mar que se oferece fácil no horizonte e, sim, de facilidades.

post scriptum: é Sinfonia de Paris porra! Sempre penso no nome em inglês, por conta disso já me ofereceram LOBISOMEM AMERICANO EM PARIS na locadora.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

why don't you lay your head down in my arms?

são 4:16AM e espantosamente a keren ann salvou minha madrugada (dores nas costas, na mão direita e tédio). sério, depois do not going anywhere e do la disparition, que achein insossos, não esperava muita coisa ao baixar o disco novo. foi uma surpresa agradável.

vejam o vídeo de lay your head down, a faixa mais bonita do cd, linda linda linda. passei os últimos 15 minutos ouvindo essa música, bestificada.

terça-feira, 10 de julho de 2007

hiatus.

sábado, 16 de junho de 2007

londres

estou ouvindo o cd novo do bloc party, weekend in the city, para um trabalho da faculdade. a cidade do título, sim, é londres. é londres mais de baladinha, claro.

também tô lendo dois livros que falam sobre a cidade, cada um a seu modo. cenas londrinas, de virginia woolf, como o nome indica, é mais direto. são pequenos ensaios da virginia sobre a cidade, que ela amava. os textos foram feitos para um jornal, e tratam de coisas prosaicas da cidade, como as docas, até o dia de groupie no qual ela foi visitar a casa de famosos londrinos.

o outro livro, the portrait of a lady, do henry james, é um romance que retrata a inglaterra do séculoXIX. o henry james era um americano radicado em londres, e essa é uma tensão que aparece bastante no livro, pois a senhora do título é isabel archer, uma jovem órfã americana que vai passar uns tempos na europa com a tia. todo o tempo existe uma discussão sobre as diferenças entre ingleses e americanos, uma reflexão sobre a inglaterra, e um delicioso capítulo sobre a viagem de isabel a londres.

convergência, quem curte. como jung chamava mesmo?

domingo, 27 de maio de 2007

conhecer o shopping novo da cidade é de um provincianismo sem tamanho. como fui cair nessa pegadinha? bem, no fundo do túnel havia a possibilidade de conhecer a nova mega livraria, então embarquei no carro com minha mãe, uma tia e uma prima, até um pouco satisfeita porque estava quase babando de não fazer nada no pc e porque hoje, de certa maneira, virava menos domingo quando eu lembrava que não tenho aula amanhã.

por fora, o shopping me lembrou algo que ainda não sei bem. tem algumas árvores similares a coqueiros, fiquei pensando se seriam os shopping de l.a. (não, nunca fui, apenas assisti litrus "as patricinhas de beverly hills"), mas aqueles shoppings eram umas caixinhas pequenas, todos pareciam mais boulevars, e esse shopping salvador é grande. faz bom uso da luz, pois as divisórias são de vidros e fora o primeiro piso, os outros dois de cima são "vazados", apenas corredores dos dois lados. o térreo é bem espaçoso, arejado. todos têm um quê de tropical, o símbolo do shopping é bem colorido, e destoa na manga dos seguranças, com carrancas sóbrias.

não tem muitas novidades. muitas lojas iguais, nas quais entrei com minha família apenas para ouvir comentários sobre se eram maiores ou menores que as dos outros shoppings (geralmente, maiores). a ricardo eletros continua tão feia e agressiva como sempre. tem bob's, mcdonald's e burguer king (que está na parte do shopping - 25%, dizem - que abre em junho) juntinhos. mcdonnald's que me proporcionou deprimentes 40 minutos (uns 35, vai) de fila, tudo por conta: a) realmente tinha gente pra caralho em todas lanchonetes/restaurentes/becos e b) um novo método de atendimento, em que você pega uma fila para pagar e depois outra, coladinha (realmente coladinha) à que você estava antes, para pegar o lanche. isso gerou muitas confusões, com pessoas em filas erradas, lerdeza (a fila de pedidos sempre vai andar mais rápido, isso é óbvio...), reclamações... e eles só avisavam da outra fila depois que você pagava, e ai, tchanrans, olhei pro lado e PQP mil pessoas na fila. fiquei lá, ouvindo as pessoas reclamarem com as atendentes com cara de adolescentes, espremida entre uma mulher mal-humorada-gigante (devia ter mais de 1,80 e atrapalhava minha visão dos movimentos lá da frente, quando eu tentava assuntar o que estava lerdando tanto... essas coisas que a gente faz em fila) e os peitos de uma outra, vou te dizer, essa menina ficou com os peitos colados nas minhas costas o tempo todo (e bombástico: estava de decote). estava tão deprimente e cansativo (isso foi depois de caminhar loucamente pelo shopping) que comecei a ceder aos comentários de reclamação que eu geralmente ignoro. é típico de filas e de maus atendimentos, uns resmungam daqui, outros respondem dali... fraquejei. quando chego na beira do balcão, a moça me informa que estão FAZENDO meu mcfish (o ponto não era dar mais tempo pra eles? pegando outra fila gigantesca?) e que não tem coca-cola. nessa hora fraquejei de novo, soltei um risinho nervoso: COMO ASSIM O MCDONALDS NAO TEM COCA-COLA? realmente me parecia um contrasenso. a mulher deu de ombros, perguntei o que tinha, fanta e guaraná, optei pelo último.

voltei para a mesa, arrasada, com meu lanche e de minha tia. só para descobrir que minha prima ainda não tinha voltado da pizzaria onde foi comprar o lanche de minha mãe. era a porra do shopping que estava apinhado, mesmo. na hora de comer, minha tia reclamou que o sanduíche dela estava frio (deve ter esfriado enquanto faziam o meu) e com uma cara feia - verdade - e constatei que ou o guaraná era pior do que me lembrava (não tomo muito) ou aquilo não era guaraná. gastei alguns minutos tecendo considerações sobre a possibilidade da mcdonnalds vender guaraná antartica falsificado (realmente, eles não trabalhavam só com kuat???), desisti de pensar e de beber. decidimos ir embora.

a única coisa que me fará ir a este shopping escroto (muito ruim pra ir de ônibus, tem que pegar passarela num caminho escuro) realmente é a saraiva. mais bonita e sortida que a siciliano, vende new yorker, até a parte de cd's é um pouco interessante, ainda mais aqui em salvador (apesar de cara como sempre, mas isso já é um lugar comum, dizer que os cds estão caros). assim que entrei vi o daniel galera em destaque (nada como um filme, ein, minha gente?), na primeira passada de olho na parte de literatura estrangeira vi a nicole krauss (carreguei o caminho todo até desistir de comprar) e vende a new yorker. ia comprar a mais atual, demorei um tempo decidindo, fui com ela ao caixa e PAN: desisti. não dava, gente demais, e eu estava muito ansiosa depois de passar um tempo decidindo se levaria a revista e qual levaria. larguei lá e sai de mãos abanando, para choque de todos. e estou seriamente tentada a voltar amanhã só para pegar a new yorker. segunda de manhã todas as pessoas que estavam lá estão trabalhando, né? ou no colégio... o lugar estava indecentemente cheio de grávidas, crianças e bebês de colo. dava um pouco de pânico olhar de um corredorzinho pro outro, lá do outro lado, e ver aquela massa de gente... "como está cheio daquele lado", pensei. depois, quando colocava em prática o esporte do dia, me desviar de carrinhos de bebê, de gente lerda ou gente nem tão lerda, tentar aproveitar todos os vácuos, notei que o meu lado devia estar tão cheio quanto. ao descer as escadas rolantes, tendo uma visão panorâmica daquele mar de gente, senti uma pontada de ansiedade, mas um pouco de divertimento; toda a cidade está aqui, que coisa tosca. mas não era toda a cidade. a maioria das pessoas tinha cara de classe média-baixa, e no geral achei o "público" muito estranho. umas caras diferentes, hahahaha.

sai de lá com minha mãe dizendo que prefere o iguatemi, que o novo é muito cheio e não tem nada de demais. (pontos positivos do iguatemi: fora o primeiro piso, os outros são transitáveis, no geral. no shopping novo é o inverso; tem uma banca, razoavelmente boa; tem as americanas).

e as previsões para quando abrirem o cinema se tornaram macabras.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Bon Voyage


Depois de todos os xiliques que o fim de Gilmore Girls causou vida afora, eis que chega o último espisódio. Além de toda a carga de ser o último, e isso por si só já causar ansiedade, veio cercado das piores informações possíveis. Começa que era para ser apenas uma season finale normal, que seria retomada na oitava temporada. O cancelamento foi decidido depois do episódio ter sido filmado. Notícias que dão conta de que Kelly Bishop e Edward Hermann não acharam o final satisfatório, de que não vai ter casamento nem nascimento de nenhuma parte e que a Lauren Graham palpitou no roteiro e diminuiu a quantidade de cenas java junkie deixaram meio mundo dos fãs freakin' out.

Acho que tenho sorte de considerar a Lauren, no geral e no que importa, uma pessoa extremamente sensata e de concordar com ela sobre os rumos gerais da série. Imagino que quem baseava seu amor na série pela relação Luke/Lorelai, que considerava este o pilar central da narrativa, deve ter considerado a serie finale no mínimo decepcionante. Sorte minha que prefiro, sim, um roteiro que dê espaço para todos os personagens, que se centre no quanto aquela cidade e todas aquelas pessoas foram especiais para a série, do que algo novelão de amor no último episódio. O que eu considero em relação a LL é, sim, que eles poderiam ter voltado em algum episódio antes, não esta coisa de última hora. Fora isso, acho que foi bom.

Apesar de não ter sido calculadamente uma serie finale, como as coisas ainda estavam em negociação e essa possibilidade existia, creio, sim, que houve uma preocupação em dar um tom de final à série. O episódio é especial: já começa com a participação da Christiane Amanpour, algo que a Amy sempre quis. Não acontece nada de demais, mas também não consigo imaginar Gilmore Girls tendo um final bombástico; gosto dessa coisa de que a história toda foi um mero recorte dessas vidas, acompanhamos por sete anos e agora elas seguem em frente. Não é um fim. Não teria como ter uma oitava temporada sem muitas ressalvas, não com Rory formada e possivelmente vivendo longe... Acho que a quarta temporada, quando ainda estavam estabelecendo direito a dinâmica Rory-em-Yale, a série hesitou um pouco... A possibilidade de ter uma história centrada em Lorelai e Luke é meramente groupice sem sustância.

Deu nó na garganta vendo a abertura, vendo Rory freakin out ao pensar sua vida longe da mãe, vendo as duas dentro do carro, de repente, notarem toda a festa armada na praça, e a câmera vai mostrando todos os moradores lá, batendo palmas... E até Emily e Richard, que também acho que tiveram um final legal. Não foi "conclusivo", não resolveram todos os problemas (que isso, como se resolve toda uma vida cheia de confusões e mágoas em um dia ou dois? além do que, Lor não estava dizendo 'tchau' a eles, como ela mesmo aponta em certo momento).

A ficha caiu um pouco, mas ainda não toda. Sete anos, 152 episódios, sete temporadas. Tava pensando com Joanna dia desses que Rory entrou na faculdade quase que junto comigo, e foi passando, se formou, foram anos, afinal... E agora acabou. Is this it.

Entrevista com a Lauren, em inglês, do site do Ausiello. Tem um tempinho, mas vale a pena.

It's Here: Lauren Graham's Final Gilmore Girls Interview


The fast-approaching finale of Gilmore Girls is depressing on so many levels; I get a lump in my throat contemplating even a few of them. It's the end of an era, for starters. Lauren Graham — the closest thing Hollywood is ever likely to get to another Katharine Hepburn — may never again play a character as given to bantering at breakneck speed as Lorelai. For that matter, she may never find verbal sparring partners as worthy as Kelly Bishop and Scott Patterson. But maybe worst of all, the series' demise probably means I'll be talking to my favorite Girl a lot less frequently. With that weighing heavily on my mind, as we began what would be our last interview of the golden Girls age, I held nothing back. In turn, neither did she.

I hear you're going to have a lot more free time on your hands.
Lauren Graham: (Laughs) Yes, it would seem that way.

Are you relieved that it's over?
Graham:
I feel that way, which is not without feeling mixed and thankful for the experience. But, yeah, I feel relieved.

All indications were that the show was coming back for 13 episodes. What happened?
Graham:
Well, you know, there was a lot that went back and forth by the time the [13 episode thing] came out. I had sort of said to them a couple of months ago that I didn't see it coming back, and they had asked to just give them some time to figure something out that would make it work. Both Alexis and I felt tired, and also creatively like the show was in a place where we were either at the end or very close to it. We really couldn't imagine another season. I think they were trying to tempt us with 13, which was tempting, but ultimately it just wasn't going to work for them. We needed the situation to be so ideal, and I think it just wasn't meant to be. I do want to say that the studio and the network were very generous and very respectful in this whole process. We just didn't want to work the schedule we'd been working. But if we're working a lesser schedule, what is the show? The way we'd like to have done it would not have necessarily been good for the show. Right now you have me working six to seven days an episode, and Alexis doing about the same. To do anything less than that just wasn't going to be the same show. They tried to make it appealing for us, and we tried to be imaginative, but then at the end of the day it just felt like we were trying to do something impossible.

Did you and Alexis band together during negotiations?
Graham:
Not in a formal way, but we certainly discussed what our hopes were. We were very open with each other. Most of our conversations were, "Can we imagine coming back."

Is it true that Alexis was the harder sell?
Graham:
I don't think that's true. I did formally say at one point, "I'm not coming back." Then they thought, "Well, can we do it with just Alexis?" I don't want to speak for her, but we both went back and forth. Ultimately, neither of us wanted to do it without the other one.

Was that a real possibility?
Graham:
If she was in a place where she wanted, like, her own show or her own spin-off.... They were trying to think of everything. There was a time when we thought maybe I would produce and not be on the show in the same capacity. I've been at this for a long time; I feel ready to move on. But they were trying to find a way to make it work. There were a lot of scenarios. I had very open conversations with Dawn Ostroff. We tried, but they ultimately said, "You know what? This is just too complicated." And I felt so glad, because I don't think it would've been the same show for another 13. We were trying to find a way we could have a slightly easier schedule, and there was really no way to do that and still have it be Gilmore Girls.

Were you happy with the show creatively this season?
Graham:
I was happy with the process. I really enjoyed [working with] the writers. I felt every year, even under Amy's leadership, that the show evolved. For the last episode, we tried to match the final shot with the first scene from the pilot, so we went back and watched the pilot — which I haven't seen for so long. And the show now is really different from that pilot, which was more dramatic at the time than your typical WB show. And I think it evolved and got more comedic over the years; every year was an evolution. This year was strange sometimes because I had a lot less to say, and that was really weird. For some people I'm sure that was great, but I would find myself in long scenes where I was not rattling on, and it was just really weird to me. And so I did sort of question, "Are we keeping this character consistent?" And they were responsive to me.

When we spoke last year you mentioned that you'd like to someday be given a producer credit, but you said there was no way Warner Bros. would allow it. Well, this year they gave you a producer credit. What changed?
Graham:
I really felt strongly that I was doing the job of a producer. And in order to imagine moving forward — which I was imagining at the time — I really hoped they would recognize the different job I was doing. And eventually they very nicely did. When the creator of the show is gone, the actors end up being the people who have been there the longest. And I got more involved with where the story was headed, and felt that I was having more of an active role. I just thought it was warranted.

I heard that you requested some changes to the finale script….
Graham:
How do you hear these things, Mike!? Where will all your moles go now that the show is over! (Laughs)

Good question! So, what changes did you ask for?
Graham:
My feeling was [the episode] just felt too light to me — even as a season finale. I thought this should be an opportunity to say goodbye, or at least have some sort of acknowledgement of all these characters. I [also] wanted it to be more dramatic. And David Rosenthal was extremely responsive — more so than he needed to be. So he went back and took another look at it, with more of an eye to, "How can we acknowledge all of these characters? Give everyone a moment." I felt it was important to go a little deeper.

Do you think Luke and Lorelai fans will be satisfied with how things end?
Graham:
Yeah. You know, the other thing I felt strongly about is that this is a show that is ultimately about these girls. It started with this mother-daughter relationship, and we haven't been a show where big events happen. So I always worried that there would be some pressure to.... (Laughs) My extreme example was always, "Double wedding!" I just didn't want there to be a big event. But there's definitely a direction [with Luke/Lorelai] that I think will be satisfying.

Were you surprised at how reluctant fans were to let Luke and Lorelai go when she went off and married Christopher this season?
Graham:
Well, it was a tough story to follow. We got married really impulsively. I always wanted [the Luke/Lorelai/Christopher triangle] to be as complex as it could be so that there wasn't an obvious choice. It's like when you go see some romantic comedy movie and you're like, "Well, obviously she shouldn't be with that guy." They make it too easy. I just sort of wanted them to write Christopher in a way that made it a real love triangle. But everything happened so fast. The Luke and Lorelai story is where the show started. That should be the thing they're rooting for, because that's what the show set up. That makes complete sense.

Conspiracy theorists maintain that you pushed for a Lorelai/Christopher romance because of your prickly relationship with Scott Patterson.
Graham:
You're the conspiracy theorist! (Laughs) I finally figured it out!

No, I'm not! You wouldn't believe how many questions I get about this. Is it much ado about nothing?
Graham:
Yes, it was overblown. I mean, I am closer, personally, to David [Sutcliffe]. And we've gone to dinner together. I always thought that maybe people thought I was trying to give him some sort of advantage because we're friends. But that's not it. Like I said, when a show is continuing for so long, I didn't want there to be an obvious choice, because then the show is over; there's nowhere to go. So I always argued for other [romantic complications] because I thought it made the story better. But I always felt that it would cheat the fans to not have the [Luke and Lorelai] relationship be important in the whole of the show.

How would you characterize your working relationship with Scott over the years?
Graham:
Totally great. It's a working relationship, like most of them are. But he was so great in that part. I really loved my scenes with him and the chemistry we had. Our banter was among the most fun stuff to do.

Is it bittersweet ending without Amy?
Graham:
Yeah. What I hoped — and this is not to take away from David Rosenthal, who I had a really nice year with — was that she would write the finale. But that's not the way she works. She's either there 100 percent [or not at all]. She couldn't just come in and pick up another story that she didn't lay the groundwork for and finish it. I wish she had been more involved this year, because I was playing a piece of her that is so specifically her. I missed her writing.

Have you spoken to her since the announcement was made?
Graham:
We e-mailed and we're supposed to have a drink this week.

Are you going to try and get her to divulge the final four words she had planned to end the series with?
Graham:
Oh, right — I forgot about that. I think she would've given it up to me had we known this was the end. That was the other weird thing about ending the show like this. When we finished [shooting], there was a 50/50 chance we'd be returning. So when we left the wrap party, we were like, "Bye! See ya next season!" Had we known [this was it], I think she would've given it up and we would've worked it in.

Favorite memories?
Graham:
Oh, gosh. There was a real kind of high — that's the only way I can describe it — when we'd get these big athletic speeches and then nail it after 35 takes. (Laughs) And that is a feeling that I really haven't had with another part. To do that language, all systems have to be go; you have to really have a lot of concentration. And that feeling was really exhilarating. I'll miss that experience as an actor. And there was a specific sense of humor and music to the way [Amy] would write these speeches that I'll really miss. And these are people that I loved, whether I see them every day or not. Alexis and I fell over laughing many, many times — partially out of exhaustion. (Laughs) We really bonded in a very unique way. And I'll miss the feeling of [being around] a crew, all of whom I know and feel really at home with and really supported by. That was not an easy show to do and that crew was really great.

Favorite episode?
Graham:
Oh my God. I literally can't even remember the last one.

Maybe a scene that stood out?
Graham:
There really were so many. The dinner tables, while a drag to shoot because it takes forever getting all the angles, were really, really fun.

So, when's the Gilmore Girls reunion?
Graham:
(Laughs) We're totally doing the Gilmore Girls movie. I'm never, ever going to do anything else. There's Gilmore Girls: The Musical. The line of clothing called Lorelai. And the perfume called Stars Hollow.... No, you know, I'm promoting Evan Almighty, which comes out in June. And I have been reading a lot. And sleeping. (Laughs) But I'm auditioning for things, and I'm going to try and do another movie soon.

Would you do another TV series?
Graham:
I would do another TV series, but not right away. I love TV. I think I'd do a half-hour single-camera comedy. But I'm going to really just enjoy this time and make sure I'm ready to do something new. If I had the best thing in front of me right now I don't know that I'd be able to be excited about it, 'cause I think [you have to make room] to let the other thing pass. So, yeah, I'd love to take a year and see what else I can do.

Anything you'd like to say to the fans?
Graham:
Just that I've been truly thankful for their support and for their fanaticism (Laughs) and their investment in these characters through all the ups and downs of a seven-year process. I can't tell you what a kick I get out of [hearing from the fans], especially the younger people over the years who have grown up with the show and have [developed] a bond with a family member from a different generation while watching it together. I hope when I'm 55 and I've been out of a job for a long time and those girls are running the studios that they remember Lorelai Gilmore.

terça-feira, 15 de maio de 2007

caros amigos, caros colegas, caros leitores ou whatever.

Eu tenho tanta coisa pra fazer que nem sei por onde começo. Clichê um. Estou imobilizada, pensando num plano de ação; nessas horas você se pega pensando em coisas como “planejamento”, “organização” etc. Algumas das coisas que eu tenho pra fazer, não sei também por onde pegá-las. E os dias vão passando (já se vão meses), sem que eu faça nada. Eu sinceramente não sei como simplesmente a vida se desenrola – e no fundo essa certeza cretina de que aconteça o que acontecer tudo vai pra frente, deve estar fazendo um backup de calma na minha mente... Porque a despeito de todo atraso, de todas mil coisas a fazer, de como estou imobilizada e até negligente, o máximo que sinto é um cansaço físico, das noites mal-dormidas, um desconforto de idéias inconclusas na mente... No mais, absoluta tranqüilidade. Estou tão calma que chego a me perguntar se eu perdi a vergonha na cara ou acessei um plano superior. Porque, claro, ficar deprê agora seria o pior. Eu só fico deprê agora aos domingos, a partir das 10 da noite. Domingo, 10 da noite, penso que já deveria estar dormindo para evitar uma segunda ainda mais estafante, mas, inevitavelmente, não posso dormir pois tenho ainda mil coisas a fazer, mil coisas que procrastinei durante a sexta, o sábado e todo o domingo. Daí no domingo pego a minha agenda e passo o olho pelos dias da semana que me aguardam. Ai me bate um desespero, uma vontade louca de desistir de tudo, de na segunda pegar um ônibus pra puta-que-pariu, e não para a faculdade, de pular da janela. Tenho pontadas de ansiedade que deixam meu peito doendo, fico com raiva de mim por conseguir ser tão pouco assertiva na abordagem do meu things to do. Vou dormir me sentindo mal, pensando na gigantesca lista de coisas incompletas que me assombram, me espreitam, às vezes demoro a pegar no sono porque fico fazendo estratégias de última hora para lidar com os dias, as pessoas... Essa coisa endless ainda vai me matar. Inclusive nos últimos dias minha gastrite voltou a atacar, todos os dias sinto um pouco de dor de estômago, não sei se é a alimentação (sempre foi “ruim” em termos de geração-saúde) ou o que. Cortei o café, não tomo há mais de um mês, embora sinta muita falta de uma boa caneca de café de noite... Agora, por exemplo, com essa dor nas costas insistente e a lista de things to do dançando tango diante dos meus olhos, adoraria tomar um cafezinho. Estou ouvindo Carla Bruni e esperando uma idéia genial cair no meu colo, até umas 9 horas da noite porque tenho prazos.

sábado, 5 de maio de 2007

breve semana

para uma semana de três dias, até que foi cheia:

* comprei a cidade e as serras, do eça de queirós.
* a bolsa do pet saiu, vou poder pagar minhas dívidas.
* vi homem-aranha 3 (muito brinks, nesse critério gostei).
* comprei ellie parker, filme de 2005 produzido e até certo ponto baseado na vida da naomi watts. por 10 reais.
* gilmore girls acabou! foi vertiginoso, num dia estão todos em transe com o episódio "lorelai, lorelai", no outro anunciam o cancelamento e minha rotina agora inclui acompanhar a lista de ofensas que as pessoas enumeram nos fóruns da vida. a maior parte enderaçada à alexis bledel. cheguei a ensaiar uma discussão sobre isso, mas desisti. it doesn't worth.

screens de algumas partes da cena do karaokê em "lorelai, lorelai" (antepenúltimo episódio da série)











quinta-feira, 3 de maio de 2007

oioi

hoje entrou um cara no ônibus oferecendo tabuadas atualizadas 2007. mas que é isso? até tabuada se torna obsoleta hoje em dia? o que seriam essas tabuadas?

pedro henrique, HA. a vida moderna é isso aí. saia das cidades e vá para as serras. aliás, nesse dia do campo grande vivi aquele ditado (?) que diz que deus protege os distraídos. estava com fones que impediam de ouvir aproximação das pessoas, mochila que qualquer um poderia abrir sem eu notar (sim), e nada aconteceu. nada nunca aconteceu comigo.

gente, essa coisa de humores ainda me assusta.