terça-feira, 28 de abril de 2009

which way

ok. citei ali o bill callahan e vou pegar mais duas citações do disco novo emprestadas.

"I feel back asleep some time later on
And I dreamed the perfect song
It held all the answers, like hands laid on"

eu tenho a vívida lembrança de uma noite que eu sonhei que eu tinha um motivo para fazer as coisas - tipo ir pra faculdade, me formar e tal. levar o tcc adiante. um motivo além do ordinário. isso parece brincadeira mas é verdade. eu meio que acordei e sorri, quando as coisas fazem sentido é tão bom, mesmo que tudo não precise fazer sentido... depois eu esqueci. a gente acha que essas coisas voltam, mas não volta porque não tem porra de sentido - era alguma bobagem que se encaixava n'um sonho aleatório.

isso agora vem à minha mente direto, porque nao vejo nenhum sentido em seguir adiante fora não magoar minha família e o fato de que se morrer é corriqueiro e certo, se matar é difícil e arriscado. eu queria sonhar um sentido de novo, mas pelo jeito vou ter que inventar um. por enquanto, preparando uma vida backup porque o mundo não para de girar e tem tanta gente, tanta gente... em um só dia já tive que lidar com tia avó, prima distante, avô... meu pai me ligando duas vezes e perguntando what's up. nothing's up. to aqui, perdida e sem objetivos, um beijo na vida.

a vida, aliás, que ainda me prega a peça de botar a marianne faithfull pra vir tocar em salvador a 100 reais, ok, mas não pode comprar pro evento isolado! tem que comprar pelo menos sete, e todos na mesma cadeira, o que me daria um gasto de uns 500 reais pra ficar vendo a osba! isso me dá sinceramente vontade de chorar, porque quando vi o nome da marianne no outdoor achei que era a vida me sorrindo - os astros estão do meu lado, diz o personare -, mas era só a cruel joke.

"Well I cannot tell you
Which way it would be
If it was this way too"

depois de tudo, eu fico alguns minutos meio paralisada pensando no jogo do e se. e se nunca tivesse largado a uneb. e se tivesse seguido pra rádio a tarde ao invés do correio. e se tivesse escolhido são paulo ao invés do rio. e se tivesse aguentado o tranco da depressão no rio (não cheguei a me deprimir, acho que foi só uma crise, mas não tinha nenhuma garantia de que ia passar. ainda estou no limite). e se, e se, e se. não há outra vida, só há essa vez. eu fiz o que eu fiz, não posso desfazer nada e agora tenho que jogar com essa mão aqui - pena que não é muito boa, mas para ser sincera, nunca foi. nunca foi.

se eu ganhasse um real por cada "você ainda é jovem" que ouvi nesses dias já seria a paris hilton, o que é meu sonho. sei que sou jovem, num mundo que estica a expectativa de vida, melhora e tals. mas não sou jovem, não. a vida se arranja, me diz nanna, e só posso me apegar a isso. deve ser verdade, já que não tem como ser mentira. só estou morrendo de ansiedade para ver como tudo vai se arranjar.

quando alguém me diz que sou jovem quero chorar, mas quero chorar por tudo nesses dias. não sobraram amigos, até porque não quero amigos agora. quero só ficar enrolada num canto da vida vendo os dias passando e tentando não ficar deprimida perto de minha mãe.

I started running, and the concrete turned to sand
I started running, and things didn't pan out as planned

In case things go poorly and I not return
Remember the good things I've done

quinta-feira, 23 de abril de 2009

defasaaaado