sábado, 16 de fevereiro de 2008

janeiro de 2008


o ano começou eclético; bem no comecinho vi i'm not there (badalado mas nem tão bom assim filme do todd haynes sobre o bob dylan) e o elevador da morte, um relançamento oportunista com a naomi watts pré-mulholland drive. é tipo muito ruim. uma garota na comunidade da atriz no orkut comentou que esse filme faz colheita maldita virar arte, e ela não estava mentindo! comprei o filme por 9,90 nas americanas, no meu plano de ter o máximo da filmografia da watts. paguei 11,90 em a passagem, que acho ruim também, e nem dá pra rir,com toda aquela pretensão! i'm not there vi numa sessão no pc de munique com uma legenda totally brinks, feita por algum analfabeto. valeu, nos salvou de uma legenda em espanhol!

das sessões de musicais que continuo fazendo esse ano com a galere, viem janeiro três fred&ginger: ritmo louco, vamos dançar? e ciúme, sinal de amor. nenhum deles supera, ainda, o picolino, e cíume... é francamente o musical mais sem inspiração dos que vimos até hoje. ok, já era fim de carreira da dupla (juntos), mas isso não justifica. o filme é feio (roupas feias, cores feias, ginger esquisitérrima), não tem muita dança, o plot é chatinho (seria essa coisa do casamento, especulamos?). ainda vimos gigi e my fair lady(ainda das minhas aquisições das americanas, comprei um dvd que vem esses dois e mais sinfonia de paris, promoção meio gaydacu, mas que jeito) - achei gigi melhor. my fair lady é mais longo que um dia de fome e nem aproveitam todo potencial da audrey. ainda teve, pra fechar, desfile de páscoa, um bom filme comfred (já velhinho hehehe) e judy garland, o primeiro que vejo com a ann miller nos seus tempos de dançarina. gastei um tempinho da minha vida revendo a roda da fortuna, que aluguei para fazer cópias hehehe.

fora isso, finalmente conclui a trilogia do poderoso chefão (sim, nunca tinha visto). o último é aquela coisa arrastada, meio sem ritmo, mas no todo é legal, sim. consegui até superar a sensação do primeiro filme, que era totalmente estranha, do tipo: por que alguém se daria ao trabalho de filmar isso, não traz NADA de novo (não estava sequer emocionada com atuações). fiquei pensando se eu mesma já não tinha filmado o livro demario puzzo na minha cabeça... vi PACTO DE SANGUE, um clássico noir, excepcional, mais uma prova de que billy wilder dava de mil em muito "diretor de arte" por aí. impressionante como o wilder conseguia fazer excelentes comédias, romances, filmes de suspense, versatilidade era o nome dele... assisti A PRIMEIRA NOITE DE TRANQUILIDADE, o terceiro e último filme da primeira leva do zurlini... é de 1972, protagonizado pelo alain delon (no papel de um professor entediado) e achei o mais fraco dos que vi. por fim, PICNIC (férias de amor), com william holden e kim novak, que é direto como um murro no queixo. a kim novak, mesmo sendo "grande", que você olha e não dá nada, quando começa a dançar se mexe com uma leveza insuspeitada... e protagoniza uma linda cena com o holden, superdelicada e sensual.

fui ao cinema somente três vezes, da primeira pra ver desejo ereparação que, apesar desse nome brinks é um bom filme, repetindo otime do também bom orgulho e preconceito (até a trilha sonora ta com omariannelli de novo, para nossa sorte). não posso deixar de comentar oque todos falam: o plano sequência do final da guerra, os soldados na praia esperando pra voltar pra casa, é fantástico, lindo e já valeria o ingresso. as outras vezes foram em sessões brinks-da-cena-produção no cinema de arte, across the universe. o filme é meio high school musical dos beatles, mas é bonitinho e o novo do gus van sant, paranoid park, um pouquinho abaixo do elefante, mas ainda assim um bom filme (espero retomá-lo aqui quando for falar da frances white...)

na parte LITERATURA (kkkk), o destaque fica com o KURT VONNEGUT, que já é algo que 2008 me deu. quase comprei o livro com nina, na nossa sessão de compras na saraiva, mas achei o preço abusivo para um pocket (fica dica lp&m, os pockets estão muito caros! pra fazer uma comparação, os livros da barnes&nobles que a saraiva vende, não sãopocket mas são tipo 'edição barata' e saem por uns 12 reais, e a l&pm ta fazendo os dela por r$18, r$20, que isso!). no dia da sessão dylan no apê de muni, vi breakfast with champions dando mole e dai peguei emprestado. li num pulo e adorei (mas sobre isso aqui). meu próximo passo foi comprar dois livros dele num sebo mineiro. o critério que usei pra escolher foi a auto-avaliação do vonnegut. ele deu c pro"café da manhã", então imaginei que os que tinham 'a' deviam ser sensacionais. minha conclusão é que a gente ia ser ótimos amigos que ficam debatendo e discordando nos detalhes. o pássaro na gaiola tem algumas boas idéias, mas a escrita não é tão vigorosa, muito menos o humor. esse título ótimo me encheu de promessas, quase todas não cumpridas. atenção, não digo que não vale a pena ler, só estou comentando que não correspondeu às minhas expectativas. o outro vonnegut, galápagos é bem nessas também: repetição, boas idéias e coisa e tal. de uma carta não-enviada para thiago:

"ele é o precursor do Douglas Adams só que melhor em vários sentidos (o D. é mais engraçado, acho, porque o K. toca mais fundo, acaba que a graça fica um pouco melancólica, às vezes). enfim, ele tem um senso de humor humanitário, generoso sempre, exatamente meu tipo de gente. infelizmente, ele morreu em abril passado. acho admirável alguém usar como epígrafe uma citação da anne frank ('apesar de tudo, ainda acredito que as pessoas, no fundo, são realmente boas'). é chocante essa citação existir e a própria anne mostrava certa admiração por não ter desistidode seus "ideais impossíveis". no ensejo, uma citação do k:

hello, babies. welcome to earth. it's hot in the summer and cold in the
winter.it's round and wet an wounded. at the outside, babies, you've got about a
hundred yearshere. there's only one rule that i know of, babies - god damn it,
you've got to be kind.

esse era mais ou menos o mesmo conselho da avó do bob dylan: seja gentil.

dentre os outros livros do mês: persuasion, da jane austen. comecei o ano lendo esse, ainda em itaparica. provavelmente o austen mais fraco que já li, apesar dos comentários na introdução sobre o valor da "maturidade" da obra etc, é arrastado e opaco; ainda assim, há pontos interessantes. a obra-prima definitiva da jane certamente é orgulho e preconceito, só me resta ler emma pra poder confirmar isso irrestritamente. ainda li aquela novelinha que também já comentei aqui, o terceiro homem, do graham green, leitura de meia horinha extremamente agradável.

MUNDO MUSICAL - aviso de saída que só trato de downloads. comprar cd, digam o que disserem, infelizmente já não faz mais tanto sentido pra mim. comprei o the reminder no final do ano e depois fiquei me perguntando pra que fiz isso. NAO TENHO RESPOSTA, FIZ NA LOUCA. ter o cd não me trouxe nada a mais, me contento pensando que ajudei a feist a comprar o pão, mas essa é uma guerra perdida.

bom, não há muitos destaques de 2008. o ano começou ANÊMICO. ok, o los campesinos novo é legalzinho, o hot chip me surpreendeu ao não me decepcionar (rsrsrsrs), tem o sons and daughters que é bom, na ponta por enquanto ainda os cantores-compositores stephen malkmus e jason collett. ainda to esperando os discos realmente bons, FODOES e tal. ainda to esperando a aimee mann. de resto, baixei mais uns 30 discos esse ano, tudo coisa antiga (mais ou menos) pra me botar em dia com a vida. o destaque é que finalmente ouvi o quase-primeiro rilo kiley -take offs and landings - e gostei MUITO (farei um update do meu relacionamento com a banda em breve) e o midnight juggernauts do ano passado, primeiro e-disco que dei nota 4 no rym kkkkk. logo no início também descobri outro disco do ano passado que não tinha ouvido, o da suzanne vega, beauty&crime, uma belezinha simples sobre nova york(dizem que a pegada tá mais pop rsrsrss) e o radio dept LESSER MATTERS otimo disco pra se ouvir na estrada (pela manhã). para saber o que mais andei ouvindo em janeiro: rym.com/~lady_lazarus