quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

biografias são livros que a priori não me incomodam se são fuleiros. obviamente, prefiro as bem escritas, bem documentadas, mais abrangentes, menos sensacionalistas. só que até chego a ter um carinho pelas biografias de segunda... adoro ler biografias desde sempre, que me lembre. lia fernando morais na época do ginásio (olga e chatô são dois clássicos e tal), mas só me lembro de ter entrado no campo do showbusiness anos depois.

alguns pontos apareceram logo de cara: 1) dificilmente eu acho uma biografia boa, mas nunca perdi a jornada. por pior que seja, SEMPRE vale alguma coisa; 2) apesar de algumas exceções, autobiografias são mais legais.

mais ou menos na mesma época eu comprei dylan, do howard sounes, e grace, do robert lacey. a primeira, claro, é sobre o bob. geralmente as pessoas se referem a este livro como uma boa e consistente biografia. e aí vai a primeira dica: é muito fácil reconhecer as biografias-lixo. são pequenas, qualquer idiota no orkut detona, geralmente a fonte do título é cafona... mas é só aparecer algo mais elaborado que todo mundo abre as pernas kkk. nunca vou dizer que a biografia do sounes é a mesma coisa que a do lacey, mas também não me apetece. me incomodava algumas inferências, o modo como o autor era presunçoso... tempos depois li GARBO e aí você nota que depois de anos afundados em pesquisas e entrevistas esses caras começam a achar que sabem TUDO da pessoa... e em algum momento esse tipo de biografia que se leva a sério começa obviamente a ESPECULAR e a CRIAR um perfil, justificando e encaixando as coisas, é como pegar um sonho e tentar descobrir o 'significado'... na maior parte do tempo eu ignoro isso ou se for um texto bem escrito posso até apreciar (como assumir uma certa subjetividade em relação ao tema, mostrar que e porque especula, enfim, uma coisa meio de fã)... não é o caso do sounes... não gosto muito do texto dele. essa biografia fica ainda mais anêmica quando penso no volume 1 das crônicas do dylan, SOBERBO. ainda assim, repito, é leitura válida.

a biografia do lacey é sobre a grace kelly. é tremendamente rasa e tal, mas aí é que está: fora o descaramento absoluto de alguns clássicos da invencionice, o que essas bio-picareteiras fazem é simplesmente pegar a vida da pessoa e ORGANIZAR, geralmente cronologicamente, e eu já encontro um valor para isso. li grace em uns poucos dias, tranqüila, pensando em como ela me lembrava a sylvia em algumas coisas - foi tudo meio na mesma época.

autobiografias bom, não são necessariamente as mais sinceras, mas ainda assim é material de primeira mão, não é mesmo? a do polanski é meio sem vida, parece que ele ditou os tópicos pra alguém e depois foi só preenchendo com o básicão. mesmo assim tem causos, essas coisinhas deliciosas da vida. lembro do dia que comprei a autobiografia da ingrid bergman... eu tinha ido com thiago por uma pequena "excursão" para fazer meu guia de quadrinhos para a fraude... estávamos cansados mas felizes quando fomos parar no brandão. ficamos olhando vários livros, coisa e tal, perguntei desse e o cara me arranjou um livrinho p&b sobre a ingrid (nem considero biografia). enquanto ele atendia thiago, fiquei observando a prateleira das biografias (sempre dá vontade de levar várias hehehe), mesmo desiludida... sempre fico na expectativa de achar, é que nem quando estou vendo os inúmeros filmes jogados nas lojas americanas, senão fuço todos sempre acho que estou perdendo algo bom... de repente vi a da INGRID, me senti tão feliz! comprei o livro, thiago comprou livros também, fomos tomar um sorvete no pelourinho, vendo a cidade, tranks... quando voltei pra casa vi que a ingrid finalmente tinha ganhado a eleição pra ser a capa da comunidade hollywood classic actresses (pode parecer patético mas ACOMPANHO essas votações rsrsrs). parecia coisa do destino...

o livro é ok. é permeado por depoimentos longos, esclarece os principais pontos... você vê o mais importante - e ainda assim fica faltando algo...

acredito que a melhor biografia que li foi a da carmem miranda, do ruy castro. é a que combina melhor informações e ritmo. apesar disso, agora acabo de me lembrar de quase tudo, da danuza leão... que verve...

estou lendo RITA, A DEUSA DO AMOR (tipo biografia barata) e depois pretendo partir pra Eu Claudia, Você Cardinale.