quinta-feira, 5 de março de 2009

the women, george cukor (1939)


o filme tem uma pegada feminista somente por abordar temas tabus - e é muito ácido em certos tratamentos. mas a conclusão final de que "a mulher apaixonada não tem orgulho" e o vale-tudo para salvar o casamento são estritamente tradicionais.

as personagens são estereótipos bem feitos - a esposa dedicada vivida muito bem por norman shearer, a amiga invejosa e fofoqueira fantástica da rosalind russell, a senhora excêntrica que vive casando/divorciando (ainda é francesa, claro!), e, claro, a amante rouba-marido, vivida pela joan crawford - cabelos uó.



as atuações são boas, o george cukor sabia mesmo dirigir mulheres. e é filme de mulher mesmo. começa numa clinica de fitness, um blablabla interminável, fofocas, não aparece nem se ouve a voz nem se vê uma foto de um homem - até os animais eram fêmeas, dizem.

o filme é divertido e bem feito e embora tenha retrato de vários tipos de mulher, acaba mesmo perpetuando a imagem de que as mulheres são víboras não confiáveis - para salvar o casamento não se deve ouvir as amigas, a mãe da protagonista chega a dizer. "conheço meu sexo".

Boo!

é uma pegação louca, todos chifrando, fofocando, sabendo daqui e dali... tem um quê de moderno, sim, claro, e como seria de se esperar foi refilmado, em 2008 - fiquei até curiosa para ver a annete benning fazendo a rosalind russell, deve ser DE CHORAR. a joan crawford, que fazia a bonitona sorrateira, foi replaced pela eva mendes, que faz a PLAIN HOT, o que tem seu valor, e a meg ryan protagoniza, isso que fode.

Joan Crawford, shopgirl

muitos bons momentos, dedico boa parte deles à sempre bem rosalind russell, que consegue se destacar num elenco que ainda tem a paulette goddard e a joan fontaine!


vale também uma menção honrosa aos créditos iniciais, que mostram cada atriz comparando a um animal, veja: