quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

o idiota


depois de diversas tentativas que pararam no meio do caminho – não sei porque – finalmente consegui terminar de ler o idiota, de dostoievski. falando assim parece que foi uma proeza, mas não é um livro difícil de ler. é um clichê dizer que dostoievski é foda, mas ele é, e apesar de tudo não é hermético, é uma leitura que flui. a questão é apenas que tinha o livro há tempos e nunca tinha terminado.


eu li uns 2/3 do livro num só fôlego e aí dei uma parada, isso sempre acontece comigo, estou lendo loucamente um livro e aí passa a vontade, o ritmo vai caindo até desaparecer... aí aproveitei o carnaval e resolvi acabar de lê-lo e o fiz em pouco mais de uma tarde.


no final das contas, acabei lendo o tal livro numa sofreguidão sem igual. enquanto escrevo isso aqui admito que me lembro de uma entrevista do tony ramos no sem censura em que ele falava que o dostoievski era puro folhetim, e é mesmo! virei noites lendo esse livro porque não conseguia largar, acabava um capítulo no ápice, um gancho, e eu não tinha outro jeito senão continuar lendo... provavelmente por conta dessa sofreguidão a leitura não tenha sido tão boa, refletida e amadurecida, vai pra fila dos livros que devo reler, hahahaha.

no livro, dostoievski queria criar um personagem que encarnasse a bondade, e o fez mirando aqueles que eram para ele o máximo disso, jesus e dom quixote. e é claro que na sociedade russa do século XIX ele é um idiota – e ainda assim os desconcerta e até cativa. é um livro lindo, de grande sensibilidade, com muitas reflexões sobre o cristianismo, eslavismo e morte, mais especificamente a pena de morte. É um livro cheio de sutilezas, personagens complexos e que às vezes enche a gente com um não sei o quê...