a fonte da vida - balanço de criticas. e sem suspense: EU AMEI
AVISO: não vou explicar o enredo bjs. é um filme romântico sobre perdas, sobre morte.
logo no início, eu desisti de tentar entender o filme, ou melhor, de ficar sentada ansiosa prestando atenção em cada detalhe pra depois colocar tudo junto. o ritmo era modorrento, arrastado, a intercalação inicial das estórias parecia aleatória e destinada a sinalizar "oi, vem coisa cabeçuda por aí" e coisa e tal. depois da experiência do último lynch, sabia que era melhor sentar e relaxar, tanto faz entender no final das contas. o problema é que esse filme demora um pouco pra engatar. lembro que fiquei pensando em como se é possível ter uma prosa maçante mas extremamente estimulante, mesmo que lenta, arrastada, pesada (tolstoi), enquanto no cinema isso é muito difícil. não vamos ser radicais e dizer que só curto ação-bang-bang-heróis-tarantino (embora amemuitotudoisso) e que qualquer filme mais lento me causa desgosto. apesar do que querem muitos, a vida realmente não é p&b. mas existe uma diferença entre "lento", "arrastado" e até entre o malfadado "não acontece nada". encontros e desencontros é lento - nem por isso é chato ou arrastado. elefante seria um dos filmes em que "não acontece nada" e é lento - mas nem por isso é chato ou arrastado também, embora, como posso dizer, minha apreciação desse filme seja um pouco cerebral (no sentido de ser um filme com uma "proposta"), mas não somente, porque aprecio intuitivamente algumas coisas nele, inclusive cinematograficamente.
mas no final das contas, não achei o filme cabeçudo. não fiquei tentando entender quando acabou, nem pensando "entendi". e achei muito bombástico quando estava vendo a repercussão, lendo as críticas, ao notar que muitos acharam esse filme "cerebral", que falhava ao envolver os espectadores. bom, eu vi o filme meio na cega, só porque era o novo do aronofsky (que fez dois bons filmes, Pi e Réquiem Para Um Sonho), e não muito atraída pelo trailer, tanto que não vi até ontem, e isso porque a vida me jogou no colo (essa coisa de três estórias etc etc, isso já cansou, né, gente? esse tipo de filme que faz uma meia dúzia de idiotas semi-alfabetizados jorrarem idiotices como veremos - volto a esse ponto depois). mas desde a metade do filme eu já estava morrendo de chorar, e nas duas vezes que vi! eu comecei a chorar e não parei mais, e ainda fui dormir com um peso no peito depois de ver o filme na madrugada, pela primeira vez.
kitsch, cafona? talvez. não fiquei enlevada pela beleza plástica do filme, no geral, os tons nem sequer me agradaram muito, e nem sei se os efeitos são bons ou pobres, sinceramente (embora naquela hora ápice, em que tudo explode, pela força do que está acontecendo, da música e tudo o mais, tenha experimentando a sensação de beleza na tela). acho que sim, essa crítica procede um pouco. é excessivo. isso foi a moça do g1 que falou. a crítica dela é muito pobre e daquele tipo categórico É LIXO que aconselho a só fazer quando se escreve pr'um blog. é ainda puta cruel de ficar fazendo brinks com o fato que brad pitt largou o barco, mas é justa: achou chato, achou chato - até os 20 minutos do filme achei que essa seria minha opinião final do filme, CHATO PRA CARALHO, entendendo ou não.
a crítica do contracampo levantou outros pontos que me deixaram meio chocada: trata o aronofsky como alguém que é muito barroco, rebuscado, que não confiou na sua estória de amor simples e construiu dois outros fios narrativos pra "complicar" (metade dessa opinião aparentemente compartilhada pelo cinema em cena). q. ok, ok, como já disse acima esse tipo de premissa já me cansa um pouco (do tipo "vamos embaralhar e você vai ter uma experiência não-hollywoodiana"), mas isso não torna um filme automaticamente ruim (parece óbvio não é mesmo), e talvez o filme fosse ótimo só com tommy e izzy, um médico e sua esposa morrendo de câncer, um drama, mas não se pode culpar um filme por ser o que é - e o aronofsky por ser um tiquinho pretensioso. pode-se gostar ou desgostar, mas "the heart wants what the heart wants"... o mais chocante mesmo é que o cara parece ver o diretor como alguém embebido nas possibilidades técnicas, um virtuoso da tecnologia (tipo, uma das mil coisas que jamais pensaria do darren, ainda mais porque ele NEM TINHA GRANA PORRA, ele nunca foi disso). o cara ainda fala que o aronofsky faz umas coisas com a câmera pra nada, tipo quando vem o carro e tá de cabeça pra baixa e desvira - UÉ CACETA!!! agora cada movimento da câmera tem que ter motivo né? alô tcc hahahaha. você não pode capturar um ângulo porque acha interessante ou BONITO. whatever. não tenho certeza se esse filme é bom """""enquanto cinema"""""; não achei particularmente bonito visualmente (acho que nesse aspecto é no geral um filme ok). mas é LINDO. não é só a temática (temáticas não fazem obras não é mesmo, minha gente, embora caminhem um pouco por elas), embora eu tenha um apego especial a essa temática. o que todos, e eu, concordamos, é que o darren é um filha da puta romântico, e acho que isso ainda é válido pra mim. acho, não: sei. me tocou profundamente ao tratar de amor e de morte, o hugh jackman tá ótimo, a rachel weisz apesar de ser menos requisitada (as personagens são mais planas, por assim dizer) também cumpre bem o papel (tenho um ps interessante sobre a rachel, mas deixo pro final do texto, to virando a rainha das digressões), e o amor deles dois é o que dá a liga. fiquei com a impressão de que só o tempo "presente" é o que existe na narrativa (assim como a omelete), mas não tive forças pra levar o debate adiante com um partidário de que era o tempo "futuro" - e sinceramente, não ligo. o tempo futuro, na verdade, é a narrativa que menos me cativa, a mais entrecortada e tal. achei gênio e lindo e simples alguns pequenos pontos:
a) o contato do hugh com os pelos da nuca da rachel, e como mostrava isso de perto, acho muito tocante e íntimo, e fazendo analogia com a árvore... que, num certo sentido, era a rachel;
b) a rachel estava sempre iluminada, muito branco-branco-branco, e se utilizando magistralmente dos seus belos olhos pra passar as emoções.
ADENDO 1
essa coisa de que a fonte da vida é cabeça é para os idiotas. e, como é sabido por todos (até por eles mesmos), idiots rule the world. o pai do donnie darko (outro filme cheio de fã escroto e idiota) já atentava para isso: a maioria das pessoas é idiota, por mais triste e/ou arrogante que isso pareça ser (eu fico sinceramente triste, ainda mais pelo orkut, que você só pode ver a idiotice, ao vivo as pessoas disfarçam mais e usam mais do humor). dá uma olhada nesse post: o cidadão aparece e fala que o filme é péssimo, sem nenhuma argumentação e tal. ok. logo em seguida chega uma menina e fala: "bah! como eu disse, o filme é para pessoas que gostem de usar a cabeça, meu filho, porque tu não ficou em casa assistindo jogo de futebol? olha! não precisa usar nenhum neurônio pra isso! Realmente, o filme não é para massas!". essa realmente deve se sentir muito INTELIGENTE por curtir o filme, atestado de que tem "cérebro". depois chega outro: "Infelismente grande parte das pessoas que vão no cinema, querem só um passa tempo. A Fonte da vida é uma experiencia unica dentro de varios aspectos. Não é para muitos. Uma pena que esse pessoal não tem uma mente aberta para novas sensações, só querem mais do mesmo." OHHHHH, é só pra poucos e bons, iluminados. continuam comentários falando que é pra quem "gosta de pensar", mandando ver filme da xuxa, que as "idéias e conceitos" são massa (hahahahahaha), essa pérola aqui "a gente só julga ruim aquilo que a gente entende. beijos!". meus dois preferidos:"arte eh pra poucos... mas admiro as pessoas q naum conseguem enxerga-la... são felizes na sua ignorancia e ponto... naum querem se expandir, aprender, admirar... soh admiram a si proprios no espelho... ou naum...".
"O Brasil tem um grande problema chamado televisão , na "televisão " todas as programações são , infantis e mastigadinhas. FEITAS PRA IDIOTAS, COMO O CARA QUE FEZ ESSE TÓPICO. já esse filme , foi feito por 2 gênios , com atuações deslunbrantes. MUITO Cult."é difícil evitar argumentação ad hominem se você entra no orkut do sujeito que diz que arte é para poucos e parará e vê que é um metaleiro idiota que está em comunidades de sexo, drogas & rock e preenche a parte de livros com um "não costumo ler" extremamente sincero.
ADENDO 2
a rachel weisz é a melhor mulher pra se ter como esposa, de todo o mundo, famosas e não famosas. enquanto via esse filme fiquei pensando em como deve ser bom chegar em casa e pans, ela estar lá, sendo tipo ESPOSA. já tinha meio que pensando isso vendo o jardineiro fiel e a fonte da vida só reforça. ela pode não ser a mais bonita (essa seria a jennifer connelly), a mais interessante (rose mcgowan), a mais sexy (monica bellucci), a mais talentosa (naomi watts, claro), a mais bem humorada (uma thurman), a mais simpática (drew), a mais inteligente (? jodie foster? risos), a mais poderosa (MADONNA conta como atriz?), ela sequer é a porra da minha atriz favorita (nem entra num top 10, talvez num top 20), mas sinceramente se eu fosse o hugh jackman ou o darren ou o ralph fiennes ou qualquer um, queria ELA me esperando em casa. e ainda fica lindinha de cabelo curto. outro PLUS: rachel weisz é a única mulher do mundo (again, famosas e não famosas) que ficou linda grávida. SIM ACHO GRAVIDEZ DISGUSTING no geral, sei que isso é estúpido mas não posso evitar. algumas grávidas não ficam nojentas nem nada (a naomi por exemplo, parecia montagem aquela barriga... ou até a incensada leila diniz), mas simplesmente não consigo achar bonitas... não sei se foi a lente mágica do fernando meirelles, mas ela tomando banho grávida no jardineiro fiel é das coisas mais bonitas que já vi. então se você é homem, hetero e fértil, é uma boa pessoa pra se casar e constituir família (o aronofsky se ligou nisso, e ele filma ela com tanto amor n'a fonte da vida...).ADENDO 3
a trilha é razoável (não acho a do réquiem bombástica também), mas tem momentos ASHTONING.
E
(bom, acho que no final das contas, e com todo amor desse mundo, acho cinema uma arte menor mesmo.)outras críticas:
zeta filmes
folha de s. paulo
ps - tem uma HQ the fountain. baixei e depois que ler comento. OU NÃO.
fiquem com a rachel SNOW WHITE